Economia

CPI nos EUA acelera para 0,6% em agosto, puxada por gasolina

O núcleo da inflação, que desconsidera as variações de alimentos e energia, subiu 0,3% no mês

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos EUA registrou uma alta de 0,6% em agosto, após alta de 0,2% tanto em junho como em julho, de acordo com os dados com ajuste sazonal divulgados nesta quarta-feira (13) pelo Departamento do Trabalho americano. 

Sendo assim, a inflação ficou em 3,7% no acumulado em 12 meses. Os analistas estimavam uma alta de 0,6% na leitura mensal e inflação de 3,6% em 12 meses.

O principal destaque foi a forte alta nos preços da gasolina de 10,6%, resultado da cotação do preço do barril de petróleo que aumentou quase 5% em agosto, chegando próximo a US$ 90.

“Isso também acabou afetando toda a cadeia ligada a transportes. Contudo, já é possível notar uma desaceleração relevante nos preços de serviços, moradia e alimentos quando olhamos para o acumulado de 12 meses”, destacou o economista da Suno Research, Rafael Perez. 

O núcleo da inflação, que desconsidera as variações de alimentos e energia, subiu 0,3% no mês e 4,3% nos últimos 12 meses até agosto. Em julho, a taxa acumulada estava em 4,7%.

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As medidas de núcleo ficaram um pouco acima das projeções: o consenso previa variação mensal de 0,2% e anual de 4,3%. No mês, a inflação da habitação (shelter) subiu 0,3%, no 40º mês consecutivo de alta. O índice de energia avançou 5,6% em agosto, com o aumento de todos os principais componentes.

Outros dados do índice

“Além da trajetória da inflação, alguns pontos importantes estão sendo monitorados pela autoridade monetária, como o nível da atividade econômica e o mercado de trabalho. E, os últimos dados mostram um esfriamento do mercado de trabalho. Por exemplo, a criação de empregos privados, o ADP, e de abertura de vagas, JOLTS, vieram abaixo do esperado em agosto. E, a taxa de desemprego passou de 3,5% em julho para 3,8% em agosto”, explicou o economista.

O índice de alimentos, por sua vez, aumentou 0,2%, mesma proporção observada em julho. A alimentação no domicílio subiu 0,2% no mês, enquanto o índice de alimentação fora de casa subiu 0,3%.

Em 12 meses, a inflação de alimentos subiu 4,3% e o índice de energia caiu 3,6% em agosto em relação ao ano passado. A inflação de habitação, por sua vez, mostrou alta de 7,6% em 12 meses.