O ano de 2024 está registrando um recorde em crédito privado, com volumes de emissões de debêntures muito maiores. “Já vimos mais de 250 milhões em emissões, e isso é mais do que foi emitido em 2023 inteiro”, disse, neste sábado (31), Daniela Gamboa, head de Crédito Privado e Imobiliário na SulAmérica Investimentos.
As afirmativas foram feitas durante a Expert XP 2024, no painel “O crédito privado segue sendo a bola da vez?”. Em sua fala, ela acrescentou que, em 2024, também está sendo vivenciado um recorde de captação com “mais de R$ 200 bilhões entrando nessa indústria de fundo de crédito privado”.
Nesse sentido, a especialista pontuou que o mercado secundário segue o mesmo ritmo de crescimento. “Hoje, se negociam mais de um bilhão de debêntures todos os dias”.
“Atualmente, temos um mercado mais maduro, com muito mais casas e gestores, com perfis distintos, e isso permite que os gestores implementem estratégias ativas em crédito privado. Isso é algo que não acontecia há 10 anos.”
Política monetária mais apertada prejudica crédito privado
Complementando as falas de Gamboa, o gestor de crédito privado e renda fixa da XP, Fabio Oliveira, pontuou que o fundamento do crédito acaba sendo afetado negativamente pela “política monetária mais apertada”.
“Ao mesmo tempo, o fluxo de dinheiro para dentro do mercado continua, no aspecto de juros altos, e isso acaba sendo atrativo para os investidores. Com isso, os gestores precisam saber se posicionar”, disse Oliveira.
“O investidor vai querer qualidade, resiliência de resultados e empresas que gerem fluxo de caixa e não estejam sujeitas ao ciclo econômico”, disse ele.
“Precisamos nos afastar das empresas mais alavancadas, pois, quanto mais alavancadas, mais os pontos de dívida vão pesar, e, ao mesmo tempo, você vai precisar de retorno, porque ninguém quer investir e não obter retorno”, acrescentou Oliveira.