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Criptos: nova regra vai reduzir déficit em conta corrente, diz BC

Desde 2019, os criptos eram tratados como mercadorias, impactando a balança comercial; agora, passarão a ser registrados na conta de capital

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Foto: Pixabay

A nova regra para a compra de criptoativos – que deixará de ser considerada uma importação que afeta o saldo da balança comercial – vai reduzir o déficit em conta corrente, indicou o BC.

Desde 2019, os criptoativos eram tratados como mercadorias, impactando a balança comercial. Agora, eles passarão a ser registrados na conta de capital.

Renato Baldini, vice-chefe do Departamento de Estatísticas do BC, destacou que a revisão segue uma mudança metodológica no FMI (Fundo Monetário Internacional).

Segundo Baldini, o déficit em conta corrente de 2023 diminuirá de US$ 30,8 bilhões para US$ 19,1 bilhões, já que as importações líquidas de ativos criptográficos de US$ 11,7 bilhões do período não serão mais incluídas no cálculo da balança comercial.

Para o período de janeiro a maio deste ano, o déficit em conta corrente será reduzido para US$ 13,8 bilhões, de US$ 21,1 bilhões divulgados nesta segunda-feira, com a exclusão de importações líquidas de ativos criptográficos no valor de US$ 7,3 bilhões.

O vice-chefe do Departamento de Estatísticas do BC reconheceu que à medida que o déficit em conta corrente diminui enquanto a conta financeira permanece inalterada pelas transações de criptoativos, a comparação da cobertura do déficit em conta corrente pelo investimento direto no país apresentará um quadro mais favorável para o Brasil.

Brasil tem déficit em conta corrente de US$ 3,4 bi em maio, diz BC

Brasil registrou um déficit em transações correntes que somou US$ 3,4 bilhões em maio, contra um superávit de US$ 1,1 bilhão em abril. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (24) pelo BC (Banco Central).

Com o resultado de maio, o Brasil passa a ter, no acumulado de 12 meses encerrado em maio, um déficit de US$ 40,1 bilhões (1,79% do PIB), em comparação com US$ 35,7 bilhões (1,60% do PIB) no mês anterior. Contudo, o dado foi inferior aos US$ 45,3 bilhões (2,24% do PIB) computados em maio de 2023.

Conforme especialistas ouvidos pela “Reuters“, a expectativa era de um saldo negativo de US$ 3,5 bilhões em maio.

O superávit da balança comercial de bens ficou em US$ 6,4 bilhões em maio de 2024, abaixo do saldo positivo de US$ 9,3 bilhões registrado em maio de 2023. As exportações de bens somaram US$ 30 bilhões, enquanto as importações de bens totalizaram US$ 24,3 bilhões.

O déficit na conta de serviços somou US$ 4,5 bilhões em maio deste ano, comparado aos US$ 3,2 bilhões no mesmo período do ano passado.

Em maio, os investimentos diretos no Brasil somaram US$ 3,023 bilhões, ficando abaixo dos US$ 4,75 bilhões esperados, conforme informações do “InfoMoney”.