
A turbulência envolvendo o Banco Master chegou ao universo dos fundos imobiliários. Depois de o BC (Banco Central) decretar a liquidação extrajudicial da instituição e seu controlador, Daniel Vorcaro, ser detido pela Polícia Federal (PF), o BGR B32 (BGRB11) informou que está avaliando os possíveis desdobramentos para sua operação.
O alerta foi ligado porque o fundo mantém forte exposição ao Master. Conforme comunicado publicado na noite de terça-feira (18), o banco ocupa os andares 12º, 14º, 15º, 29º e parte do 30º do Edifício Birmann 32, na Faria Lima, ativo único do portfólio e conhecido pela escultura metálica de uma baleia no espaço comum.
O imóvel, localizado em São Paulo, tinha uma taxa de ocupação de 97,1%.
O Master era responsável por aproximadamente 4,8% da receita líquida do FII em outubro, segundo o relatório gerencial mais recente.
A gestora BGR Asset destacou ainda que o 11º andar foi locado pelo Grupo Master para a GCB Finance, empresa do setor financeiro.
Após a liquidação, a administradora afirmou que está adotando “todas as providências legais e contratuais cabíveis” para preservar os interesses do fundo e de seus cotistas.
Entenda a liquidação do Banco Master
A prisão de Daniel Vorcaro ocorreu na terça-feira (19), durante a Operação Compliance Zero, que apura suspeitas de irregularidades na venda do banco para o BRB (Banco de Brasília). No mesmo dia, o BC determinou a liquidação da instituição.
A investigação teve início em 2024, após um pedido do Ministério Público Federal para examinar indícios de fabricação de carteiras de crédito inconsistentes.
Esses ativos teriam sido repassados a outro banco e, depois de identificadas falhas, substituídos sem a devida avaliação.
Com o avanço das apurações, o Master passou a ser acusado de montar carteiras fictícias para negociá-las com o BRB. A operação também resultou no afastamento de Paulo Henrique Costa, presidente do BRB, por 60 dias.
O BC justificou a liquidação citando uma severa crise de liquidez na instituição, que representa 0,57% dos ativos do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Com a medida, os bens dos controladores e ex-executivos foram bloqueados.