O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) declarou à Reuters que parte da indústria de mineração vem sofrendo com o forte aumento nos custos diante da alta nos preços da eletricidade no Brasil, com a crise elétrica. O Ibram também ainda vê riscos de impactos na produção mineral, caso o cenário se agrave. As informações são da Reuters.
O Brasil vem passando pela maior seca em mais de 90 anos em reservatórios de hidrelétricas — principal fonte geradora de energia no Brasil. Para lidar com o problema, o governo federal tem acionado térmicas mais caras e importações, além de outras medidas que impulsionaram os preços.
As grandes mineradoras, como Vale e Anglo American, disseram que ainda não sentiram impactos mais relevantes em seus custos. De acordo com o Ibram, de maneira geral o setor tem autogeração ou conta com energia contratada previamente no mercado livre, onde grandes indústrias podem negociar diretamente seu suprimento.
No entanto outras companhias do setor mineral tiveram que realizar aquisições extras, mesmo contando com parte de energia de geração própria.
“No caso de empresas que já tiveram que realizar aquisição adicional aos seus contratos, elas têm enfrentado um aumento muito grande dos custos, devidos a encargos que estão altíssimos: encargos tanto estruturais quanto conjunturais”, disse o Ibram, em uma resposta por email.
“Os impactos têm sido significativos nos custos de produção das empresas.”
Tais custos, segundo o Ibram, dificilmente são repassados, já que os preços das commoditieis são baseados em cotações internacionais, em especial no momento de incertezas em relação ao cenário.