Crise no Brasil pode ser atalho para crescimento do Nubank

Segundo o Morgan Stanley, as linhas de crédito mais lucrativas para os bancos de varejo são o financiamento imobiliário

A desaceleração da economia brasileira está sendo vista uma oportunidade para o mais o banco ganhar participação de mercado, mesmo levando em conta o ambiente de risco mais alto, segundo o presidente do banco digital Nubank, David Vélez. 

O Nubank, é atualmente um dos maiores bancos digitais do mundo com 48 milhões de clientes e acredita no crescimento da inadimplência este ano, uma vez que o consumidor está enfrentando a inflação e juros altos, além da estagnação econômica. 

 No entanto, Vélez afirma que o Nubank vai conseguir manter seus índices abaixo das médias de mercado, já que confia no uso de inteligência artificial para conceder crédito.  A taxa de inadimplência de 90 dias do Nubank nos cartões de crédito é de 3,3%, ante uma média de 4,8%. 

 Durante uma entrevista por vídeo a Reuters na terça-feira (2), o presidente do banco digital disse que a perspectiva de maior risco pode até gerar uma oportunidade para um crescimento mais rápido do Nubank. 

Por conta dos depósitos de seus clientes de varejo, o banco não depende de financiamento dos mercados e tem um grande colchão de recursos depois do seu IPO que captou US$ 2,6 bilhões. “A gente pode ter a oportunidade de acelerar e ganhar mais mercado, e deixar as taxas de juros baixas para tornar nossos produtos mais competitivos,” afirmou o executivo. A carteira de crédito possui uma curta duração, em média 6 semanas nos cartões de crédito e até 6 meses em crédito pessoal, o que facilita administrar o risco. 

Para os analistas, a expansão da carteira de crédito é vista como essencial para levar o Nubank à rentabilidade. Cada cliente do Nubank produz uma receita de menos de 200 reais, isso de acordo com um relatório recente do Morgan Stanley. Já um correntista do Itaú gera cerca de 1.200 reais. 

As linhas de crédito mais lucrativas para os bancos de varejo são o financiamento imobiliário, seguido por consignado e empréstimos pessoais, informa o Morgan Stanley.