Economia e gestão pública

Crise nos Correios: plano quer cortar R$ 1,5 bi em 2025

Correios anunciam medidas para reverter prejuízo bilionário. Veja como isso afeta os funcionários e o futuro da estatal

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Foto: Divulgaçã0/Correios

Em uma tentativa de virar o jogo após amargar um prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024, os Correios divulgaram um plano estratégico ambicioso que promete economizar R$ 1,5 bilhão ao longo de 2025.

As mudanças, já anunciadas internamente nesta segunda-feira (12), afetam diretamente os 86 mil empregados da empresa e marcam um novo capítulo na tentativa de resgate da estatal.

O plano inclui medidas duras como redução de jornada de trabalho, com impacto direto nos salários, além da eliminação de cargos comissionados e suspensão de férias até janeiro de 2026.

Uma das decisões mais controversas é a diminuição da carga horária, que vem acompanhada de uma redução proporcional nos vencimentos.

A empresa ressalta que a colaboração de cada empregado será essencial nesse momento de reestruturação, e afirma acreditar que a união da equipe será capaz de superar os desafios atuais.

Fim de cargos comissionados nos Correios e suspensão de férias até 2026

Outra frente do plano de corte é o enxugamento das funções administrativas, com uma meta de reduzir ao menos 20% do orçamento dessas áreas. Isso inclui a extinção de vários cargos comissionados.

Além disso, todos os períodos de férias estão suspensos temporariamente até janeiro de 2026, o que afetará diretamente o planejamento pessoal e familiar dos trabalhadores.

Sendo assim, equipes que ainda operavam em regime de home office terão de retornar ao presencial. A mudança visa otimizar a gestão operacional e reforçar o acompanhamento das atividades internas.

Dessa forma, somado a isso, os planos de saúde oferecidos aos funcionários passarão por uma reformulação completa, com novas condições que ainda serão detalhadas nos próximos meses.

Programa de desligamento voluntário e reorganização interna

Como parte da reformulação, os Correios lançarão um programa de desligamento voluntário (PDV). Portanto, a medida, já utilizada em outras estatais, busca reduzir o quadro de pessoal sem a necessidade de demissões forçadas. Isso permitirá que a empresa alcance um equilíbrio financeiro mais sustentável ao longo do próximo ano.

A crise enfrentada pela empresa não veio do nada. Isso porque, o mercado de logística e entregas rápidas passou por mudanças estruturais nos últimos anos, com a entrada de concorrentes privados ágeis e tecnologias mais avançadas. Ao mesmo tempo, o aumento nos custos operacionais colocou ainda mais pressão sobre o caixa da empresa, que já vinha fragilizado.

Futuro incerto, mas com aposta na transformação

Apesar das medidas duras, a diretoria dos Correios transmite uma mensagem de otimismo. Em suma, acredita-se que a adoção dessas ações será suficiente para equilibrar as contas da empresa em 2025.

“Temos todas as condições de superar os desafios e construir um futuro mais vitorioso para nossa equipe”, afirmou a direção da empresa em comunicado interno.