Manter um carro passou a custar mais caro, a inflação ao motorista brasileiro acumulou alta de 17,03% nos 12 meses encerrados em março, segundo cálculos feitos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a pedido do Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), com dados do Índice de Preços ao Consumidor-10 (IPC-10).
O reajuste inclui preços de veículos, combustíveis, peças, serviços correlatos e tarifas públicas como multas e licenciamento. A inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumula 10,79% em 12 meses até março.
Com a guerra na Ucrânia, aumenta ainda mais a pressão nas cotações do petróleo. Se nada mais subir de preço em abril, o reajuste de combustíveis feito em março pela Petrobras elevará essa taxa para 22,08%.
“Combustível é o foco (da inflação em abril), mas, com a retomada das atividades pós-pandemia, a gente pode ver novos reajustes em serviços que estavam meio congelados, como oficina, por exemplo”, afirmou Matheus Peçanha, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/Ibre).
Em relação aos produtos, segundo dados do IPCA, referentes a fevereiro, indicam que os automóveis novos já acumulam alta de 22,94% em 18 meses de aumentos consecutivos, apurou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Movimento semelhante ocorre em automóveis usados e motocicletas. A explicação por trás é exatamente a mesma, o setor automotivo tem sido um dos mais impactados pelo desarranjo das cadeias produtivas”, disse Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.
O veículo usado vem subindo há 20 meses, acumulando alta de 22,66%. Já as motocicletas sobem há 15 meses seguidos e ficaram 17,72% mais caras. Além disso, outros serviços relacionados a carros também tiveram aumento, como seguro voluntário, emplacamento e conserto.