A estimativa preliminar do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) indicou que as contas do governo central tiveram um déficit primário de R$ 22,8 bilhões em agosto.
Se confirmado, esse resultado mostraria uma melhoria quando comparado ao mesmo período do ano passo, quando as contas fecharam no vermelho em R$ 27,9 bilhões.
Os dados do Ipea também indicam que a receita líquida do governo central deve encerrou o oitavo mês do ano em R$ 148,4 bilhões, um avanço de 5,8% em termos reais na comparação anual.
A receita líquida se refere ao que sobra depois de transferências para Estados e municípios.
Enquanto isso, a receita total teve um aumento real de 9,5% em agosto, sendo o principal impulso para isso o bom desempenho da arrecadação das receitas administradas pela Receita Federal, com expansão de 10,8%, de acordo com o “Valor”.
Em outra linha, a despesa total atingiu R$ 171,2 bilhões, alta de 1,9% em relação ao mesmo período de 2023, ao passo que os benefícios previdenciários sofreram uma alta real de 3,7% no mês passado, segundo o Ipea.
O déficit do governo central, no acumulado do ano, já está R$ 100,1 bilhões. No entanto, a meta de resultado primário para 2024 é de déficit zero, com intervalo de tolerância de 0,25 ponto do PIB, para cima ou para baixo, equivalente a R$ 28,8 bilhões.
Tendo em vista os contingenciamentos anunciados em julho, os ministérios da Fazenda e do Planejamento projetam que o resultado primário deste ano feche no limite inferior da banda, justamente os R$ 28,8 bilhões.
O resultado oficial das contas do governo central de agosto está previsto para ser divulgado no dia 27 deste mês pelo Tesouro Nacional.
Governo central registra o 8º maior déficit primário para julho
O Tesouro Nacional divulgou nesta quinta-feira (5) que o governo central registrou déficit primário de R$ 9,283 bilhões em julho. O resultado foi melhor do que o saldo negativo de R$ 35,921 bilhões registrado no mesmo mês de 2023.
Dessa forma, no acumulado de 12 meses até julho, o déficit primário do governo central marcou R$ 233,3 bilhões, o equivalente a 2,04% do PIB (Produto Interno Bruto).
Nesses dados são considerados o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o BC (Banco Central) e não incluem as despesas com a dívida pública.
O resultado de julho foi composto por um superávit de R$ 13,5 bilhões do Tesouro, déficit de R$ 22,456 bilhões da Previdência Social e déficit de R$ 327 milhões do BC.
O governo central marcou um déficit de R$ 77,858 bilhões, no acumulado deste ano até julho. O resultado foi possível por conta de superávit de R$ 143,416 bilhões do Tesouro, déficit de R$ 220,678 bilhões da Previdência e déficit de R$ 596 milhões do BC.