BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo central (que incluem Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central) registrou um déficit de R$ 73,4 bilhões no acumulado de 2021 -o terceiro pior resultado para o período na série histórica (iniciada em 1997).
Só no mês de julho, o déficit foi de R$ 19,8 bilhões. Apesar disso, o resultado foi superior às projeções de analistas compiladas pela pesquisa Prisma Fiscal, do Ministério da Economia -que indicava um déficit de R$ 31,4 bilhões no mês.
O resultado, divulgado pelo Tesouro Nacional nesta segunda-feira (30), mostra um déficit 86% menor (em termos reais) no acumulado do ano na comparação com igual período de 2020. A despesa total caiu 21% (para R$ 944,5 bilhões), enquanto a receita líquida subiu 32% (para R$ 871,1 bilhões).
No ano passado, o país enfrentava o primeiro ano da pandemia e o governo executava medidas com impacto fiscal mais forte -como o auxílio emergencial maior e adiamentos de impostos mais amplos.
Apesar da melhora em relação a 2020, despesas ligadas à crise sanitária continuam limitando os números neste ano.
Entre essas despesas, estão créditos extraordinários (como os direcionados à Saúde) -que já alcançam R$ 181,4 bilhões em 2021. Já o apoio financeiro a estados e municípios, algo também ligado à Covid, está em R$ 43,6 bilhões.
A diminuição em relação ao ano passado decorre tanto da desaceleração das despesas anticrise como da expansão das receitas federais neste ano.
O Tesouro afirmou que o país deve “manter o zelo e a responsabilidade ao lidar com a melhoria do quadro fiscal” e defendeu regras fiscais.
“É preciso lembrar que essa melhoria veio do respeito a um conjunto de regras fiscais, e a manutenção desse compromisso é que fará as expectativas se realizarem em todo o seu potencial. É nesse contexto fiscal que o país avança na recuperação das condições econômicas após o forte choque negativo provocado pelo Covid-19”, afirmou o Tesouro em nota sobre os resultados.
“Na medida em que o cenário para indicadores fiscais seja mais bem percebido, deverá se refletir em menores custos de rolagem da dívida, que por sua vez podem gerar efeitos ainda mais positivos sobre o próprio quadro prospectivo fiscal e econômico”, disse o Tesouro.