Seguindo o avanço da atividade em 2024, o déficit nas contas externas mais que dobrou, passando de US$ 24,5 bilhões em 2023 para US$ 56 bilhões em 2024. Além disso, houve um avanço no IDP (Investimento Direto no País), que subiu de US$ 62,4 bilhões para US$ 71,1 bilhões, conforme dados divulgados pelo BC (Banco Central) nesta sexta-feira (24).
O crescimento do déficit teve dois fatores principais: a contração do superávit da balança comercial, que recuou de US$ 92,3 bilhões em 2023 para US$ 66,2 bilhões um ano depois, e o aumento do déficit na conta de serviços, de US$ 39,9 bilhões para US$ 49,7 bilhões.
Em relação à conta de serviços, os resultados que mais contribuíram para o déficit em 2024 foram os de transportes (-US$ 15,1 bilhões), aluguel de equipamentos (-US$ 10,9 bilhões) e serviços de propriedade intelectual (-US$ 8,7 bilhões).
O chefe-adjunto do Departamento de Estatísticas do BC, Renato Baldini, destacou que tanto transportes quanto aluguel de equipamentos estão fortemente ligados à atividade econômica. “A gente pode relacionar, por exemplo, o custo de transporte ao crescimento das importações de bens, que vimos na balança comercial. O aluguel de equipamentos está associado à atividade econômica também. À medida que se aquece, necessita de mais equipamentos”, afirmou Baldini. As informações foram divulgadas pelo Valor.
Mercado reduz estimativa de déficit primário em R$3 bi para 2025
O Prisma fiscal de janeiro revelou que o mercado diminuiu em quase R$3 bilhões a sua estimativa para o déficit primário do governo federal de 2025. O dado foi divulgado no dia 16 de janeiro pelo Ministério da Fazenda e baseado em estimativas de instituições financeiras, consultorias e gestoras de recursos.
A estimativa, sempre mediana para o déficit primário de 2025 passou de R$ 87,265 bilhões para R$84,285 bilhões na comparação mensal. A meta de resultado primário é de déficit zero para este ano, com intervalo de tolerância de 0,25pp do PIB (Produto Interno Bruto) para cima e para baixo.
Já na estimativa de instituições financeiras, consultorias e gestoras de recursos para o déficit primário do ano que vem, divulgada pela primeira vez, variou de R$78,778 bilhões para R$79,308 bilhões.