“Do ponto de vista fiscal vamos ter melhora” quanto à perspectiva do mercado para o déficit deste ano, de 0,7% do PIB, disse Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, em entrevista coletiva, após divulgar o resultado do governo central em junho, nesta sexta-feira (26).
Ceron avaliou que “uma parte importante” do que está ocorrendo com os prêmios de risco cobrados nos títulos públicos tem “mais a ver com o monetário, não com o fiscal”.
Além disso, as percepções de política monetária mudaram muito de dezembro para cá, afirmou o político.
“Temos expectativa que o Fed inicie um processo de flexibilização de política monetária por lá a partir de setembro. Isso traz melhora para os países emergentes, deve colaborar com a queda da curva de juros aqui”, comentou o secretário do Tesouro.
Ceron acredita que “a carga de incerteza e risco” será dissipada sobre as expectativas, caso confirmada a expectativa sobre o Fed (Federal Reserve) e com o avanço do Orçamento de 2025 e das medidas fiscais.
Há uma “percepção clara de leitura do mercado” de melhora do fiscal nos últimos 6 meses, sem necessidade de alterar a meta como era esperado pelos agentes no começo do ano, disse Otavio Ladeira, subsecretário da Dívida Pública.
“Vamos entregar em 2026 o menor ciclo inflacionário [ciclo de inflação mais baixa] da história do país, desde o Plano Real”, disse Ceron.
O secretário do Tesouro afirmou que a antecipação de despesas no primeiro semestre de 2024 não teve efeito nos ativos.
Déficit primário: não há debate sobre afrouxamento, diz Tesouro
Rogério Ceron, o secretário do Tesouro Nacional, declarou que há condições de cumprir a meta fiscal deste ano, considerando o limite inferior da banca, que permite um déficit primário de até R$ 28,8 bilhões.
“O que sinalizamos neste bimestral é que temos condição de atingir as metas estabelecidas. Não há discussão sobre alteração de meta ou de não cumprimento de meta”, disse Ceron em entrevista coletiva.
Logo após, o secretário do Tesouro esclareceu que a fala leva em conta o resultado obtido dentro da banca, não necessariamente o centro, mesmo que o déficit primário zero seja buscado.
O cenário fiscal de 2024, de acordo com Ceron, mostra que é “crível o cumprimento da meta” de 2024.
“Estamos bem confiantes quanto à factibilidade do cumprimento da meta neste exercício. Estamos num cenário cada vez mais próximo de atingir a meta fiscal”, reforçou.
Ceron também reiterou que nos próximos relatórios bimestrais haverá o “mesmo padrão de cumprimento das regras fiscais”, sendo assim, se for necessário, haverá novos bloqueios e contingenciamentos.