Foto: Pedro Ventura / Agência Brasília
Foto: Pedro Ventura / Agência Brasília

A taxa de desemprego no Brasil se manteve em 5,6% no trimestre encerrado em setembro, repetindo a mínima histórica registrada no período terminado em agosto. 

O índice segue no nível mais baixo desde 2012, quando teve início a série histórica.

Os dados fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua), divulgada nesta sexta-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Entre os períodos comparáveis, o desemprego havia sido de 5,8% no trimestre encerrado em junho e de 6,4% no mesmo intervalo de 2024, segundo a pesquisa.

Mercado de trabalho perde tração, diz economista

Para o economista Maykon Douglas, a taxa de desemprego de 5,6% veio ligeiramente acima da projeção de 5,5%, mas ainda reforça a resiliência do mercado de trabalho.


“Na série com ajuste sazonal, a taxa ficou praticamente estável, em 5,8%. O contingente de pessoas ocupadas caiu 0,1%, puxado pela queda de 0,5% entre os informais, enquanto o emprego formal subiu 0,1%”, afirmou.

Segundo ele, os rendimentos vieram melhores que em agosto, com alta mensal de 0,26% nos salários médios efetivos, o que renova a máxima histórica dessa métrica sem ajuste sazonal.

“Nos últimos meses, as leituras da PNAD eram inequivocamente boas em todas as métricas. As coisas começam a mudar, mas o resultado de setembro foi melhor que o de agosto, embora favorecido pela queda na taxa de participação”, avaliou Douglas.

O economista destaca ainda que o emprego formal mantém boa composição, com crescimento anual de 3% no número de trabalhadores com carteira assinada, enquanto a massa salarial voltou à máxima histórica.

“Os salários seguem com alta anual pouco acima de 3% ao longo do ano. É nítido que a geração de postos de trabalho começa a perder tração. Isso também aparece no Caged, que mostrou leve queda na média móvel de três meses, de 86 mil para 82 mil vagas, mesmo acima do esperado. O mercado de trabalho segue apertado, com lenta acomodação”, disse.

A previsão de Maykon Douglas é de que a taxa de desemprego encerre 2025 em 5,5%, considerando o ajuste sazonal.