A instabilidade do mercado financeiro do Brasil fez o país registrar em dezembro, a maior saída mensal de dólares da história. Em dezembro de 2024, o fluxo cambial atingiu a marca negativa de US$ 26,41 bilhões, como divulgou o BC (Banco Central).
O fluxo cambial encerrou 2024 com um saldo negativo de US$ 18,014 bilhões, configurando a terceira maior saída líquida registrada desde 1982. Esse desempenho só foi superado por 2019, quando o país registrou uma retirada líquida de US$ 44,768 bilhões, e por 2020, no auge da pandemia de covid-19, quando o saldo negativo alcançou US$ 27,923 bilhões.
A série histórica do BC teve início em 1982. A maior saída liquida mensal de dólares havia sido registrada em setembro de 1998 no início do colapso da Rússia, quando US$ 18,919 bilhões haviam deixado um país, de acordo com o portal InfoMoney.
Em todo o ano passado, US$ 87,214 bilhões saíram do país via conta financeira. Na conta comercial, entraram US$ 69,2 bilhões. Tanto os montantes de entrada quanto os de saída foram recordes na série histórica com início em 1982. Tradicionalmente, o fluxo comercial registra dados positivos por causa do superávit da balança comercial.
Brasil registra saída de US$ 15,9 bi em 2024, 3ª maior desde 2008
Em 2024, o Brasil registrou um fluxo cambial negativo de US$ 15,9 bilhões, marcando a terceira maior saída líquida de dólares desde 2008, início da série histórica do Banco Central.
Somente em 2019 e 2020 as saídas foram mais expressivas, totalizando US$ 44,768 bilhões e US$ 27,923 bilhões, respectivamente, refletindo os efeitos da pandemia de covid-19.
Durante o ano passado, o dólar se apreciou 27,3% frente ao real, subindo de R$ 4,85 no começo do ano para R$ 6,18.
Essa valorização foi acelerada após o anúncio do pacote de corte de gastos do governo, em novembro, que foi considerado por especialistas insuficiente para reequilibrar as contas públicas, o que gerou ainda mais pressão sobre a moeda brasileira.
Em resposta à alta do dólar em dezembro, o Banco Central realizou uma série de intervenções no mercado de câmbio, vendendo dólares para conter a valorização da moeda americana.