RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O preço do diesel subiu 3,3%, em média, nos postos brasileiros esta semana e se aproxima de romper, pela primeira vez, a barreira dos R$ 5 por litro. Foi a segunda semana seguida de alta, com repasses do reajuste de 8,9% promovido pela Petrobras na semana passada.
Desde o reajuste, a alta acumulada nas bombas é de 5,4%. O preço vigente médio vigente esta semana, de R$ 4,961 por litro, já é 18% superior ao verificado na semana anterior à greve dos caminhoneiros que paralisou o país por duas semanas em 2018, considerando a inflação do período.
O diesel S-10, com menos enxofre e obrigatório em centros urbanos, ultrapassou a barreira dos R$ 5, sendo negociado, em média, a R$ 5,015, segundo a pesquisa semanal de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis).
De acordo com a ANP, o preço da gasolina subiu 1,4% nas bombas essa semana, para R$ 6,117 por litro. O produto vem sendo pressionado pela escalada da cotação do etanol anidro, que representa 27% da mistura vendida nos postos.
O etanol hidratado também segue em alta, com aumento de 0,8% nas bombas esta semana. De acordo com a agência, o combustível foi vendido a um preço médio de R$ 4,775 por litro.
Já o preço do botijão de gás ficou praticamente estável, fechando a semana a R$ 98,67, em média, no país, 0,2% acima do verificado na semana anterior.
Gasolina e botijão de gás devem registrar altas mais expressivas na pesquisa da agência da semana que vem, como reflexo dos reajustes anunciados pela Petrobras nesta sexta-feira (8). Em ambos os casos, a alta será de 7,2%, a partir deste sábado (9).
Segundo a estatal, o litro da gasolina vendida por suas refinarias passará de R$ 2,78 para R$ 2,98, um reajuste médio de R$ 0,20. Em nota, a empresa destacou que é o primeiro aumento no preço desse combustível em 58 dias.
Já o quilo do gás de cozinha passará de R$ 3,60 para R$ 3,86, alta de R$ 0,26. Assim, os 13 quilos necessários para encher um botijão custarão na refinaria o equivalente a R$ 50,15. É o primeiro aumento em 95 dias.
Ao lado das tarifas de energia, a escalada dos preços dos combustíveis é um dos principais fatores de pressão sobre a inflação brasileira, que em setembro acelerou para 1,16%, a maior alta para o mês desde o início do Plano Real.
Com a forte elevação, o IPCA também quebrou a barreira simbólica dos dois dígitos no acumulado de 12 meses. Nesse período, a alta chegou a 10,25%.
Para tentar reverter os impactos dos aumentos sobre sua popularidade, o presidente Jair Bolsonaro vem colocando o tema como principal prioridade do seu governo.
Após se reunir com Bolsonaro no fim da semana passada, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) sugeriu esta semana mudanças no ICMS, um dos alvos do presidente da República para tentar transferir a responsabilidade pela alta.
Lira propõe que os preços de referência para a cobrança do imposto sejam calculados com base na média de 12 meses e não mais na média de duas semanas. Segundo ele, a mudança poderia provocar queda de até 8% no preço da gasolina.
A medida, porém, foi criticada por estados e municípios, diante da perspectiva de perda de arrecadação, e teria pouco impacto nos preços diante da escalada das cotações internacionais, segundo o setor de combustíveis.