A diretora do Fed (Federal Reserve) Michelle Bowman sinalizou, nesta sexta (7), que pode prestar mais atenção no mercado de trabalho entre os fatores para decidir sobre os juros dos EUA. As declarações foram feitas em resposta a uma pesquisa divulgada em uma conferência que analisou como a política do Fed influencia a economia.
O mercado de trabalho dos EUA criou 151 mil vagas em fevereiro, de acordo com dados do Payroll divulgados nesta sexta-feira (7). O resultado veio abaixo das expectativas, mas seguiu indicando solidez no mercado.
Os dados, que não foram mencionados por Bowman, reforçam previsões de que o Fed (Federal Reserve) deve esperar até junho para voltar a cortar a taxa básica de juros dos EUA. Após a divulgação do Payroll, analistas preveem três cortes nos juros até o final de 2025. Antes do relatório, a previsão era de que as reduções voltariam já em maio.
“Embora o FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto) tenha se concentrado na redução da inflação nos últimos anos, à medida que continuamos progredindo na aproximação de nossa meta de 2%, espero que o mercado de trabalho e a atividade econômica se tornem um fator mais importante nas discussões”, afirmou Bowman para um fórum de política monetária em Nova York, segundo a “Reuters”.
Em diversas falas anteriores, a diretora expressou dúvidas sobre decisões baseadas demais nos dados do mercado de trabalho, em razão de frequentes e amplas revisões. Bowman também tem sinalizado preocupações com a inflação.
Além disso, a diretora afirmou que quer esperar até que as políticas do presidente dos EUA, Donald Trump, e seus efeitos econômicos estejam mais claros.
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O presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, declarou que de fato houve um aumento da incerteza na perspectiva econômica dos EUA, mas afirmou que os dirigentes da autoridade monetária não precisam se apressar para ajustar a política monetária.
“Apesar dos níveis elevados de incerteza, a economia dos EUA continua em uma boa posição”, disse Powell durante um evento nesta sexta-feira (7) em Nova York, organizado pela Universidade de Chicago.
“Não precisamos ter pressa e estamos bem posicionados para esperar por maior clareza”, prosseguiu, segundo a “Bloomberg”.
Além disso, Powell também afirmou que indicadores econômicos recentes sugerem que o consumo das famílias dos EUA pode ficar mais moderado, ao passo que pesquisas com famílias e empresas apontam para uma maior incerteza em relação à perspectiva econômica.
“Resta saber como esses desenvolvimentos podem afetar os gastos e investimentos futuros”, disse ele. O presidente do Fed disse ainda esperar que o progresso na redução da inflação continue, mas de forma desigual.
“O caminho para retornar a inflação de forma sustentável à nossa meta tem sido irregular, e esperamos que isso continue”, afirmou Powell. “Vemos progresso contínuo em categorias que permanecem elevadas, como serviços habitacionais e os componentes baseados no mercado de serviços não habitacionais”, continuou.
