O presidente da distrital do Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano) em St. Louis, James Bullard, afirmou nesta sexta-feira (15) que o Fed poderá ter de elevar suas taxas básicas para 3,75% a 4,00% até o fim de 2022. Bullard, que tem direito a voto nas reuniões de política monetária do Fed, ainda disse que sua previsão de elevação de juros está sendo revisada para cima.
Apesar de acreditar em uma alta acentuada dos juros, Bullard não crê na possibilidade dos EUA entrarem em recessão, alegando que a economia norte-americana está tendo bons resultados, com um mercado de trabalho forte.
“Os dados de emprego contrariam totalmente a ideia de recessão”, argumentou Bullard, acrescentando acreditar que o Fed garantirá um “pouso suave” dos EUA.
O dirigente do Fed ainda afirmou que a inflação norte-americana está provando ser mais ampla e persistente do que se imaginava e que seu núcleo, que exclui preços de energia e alimentos, não atingiu seu máximo.
Na manhã desta quinta-feira foi divulgada uma entrevista de Bullard ao serviço de notícias japonês “Nikkei”. O economista norte-americano se mostrou favorável em elevar os juros em 0,75 ponto percentual na próxima reunião de política monetária do Fed, no final deste mês.
“Até agora, enquadramos isso principalmente como 50 contra 75 (pontos-base) para esta reunião”, afirmou Bullard.
“Acho que 75 tem muita virtude, porque o nível neutro de longo prazo que o comitê enxerga, de acordo com o Resumo de Projeções Econômicas, é na verdade cerca de 2,5%”, completou.
Em 15 de junho, o Fed subiu em 0,75 ponto percentual a taxa básica de juros nos EUA, em um intervalo entre 1,50% e 1,75% para o ano. O comunicado veio em linha com as perspectivas do mercado financeiro. A instituição financeira não fazia uma elevação dessa magnitude desde novembro de 1994.