Atividade econômica

Dirigente do Fed diz já observar efeitos das tarifas na inflação

Segundo Adrian Kugler, do Fed, os consumidores devem antecipar as compras e isso pode estar sustentando a atividade econômica

Sede do Fed (Federal Reserve) nos EUA/ Foto: Creative Commons
Sede do Fed (Federal Reserve) nos EUA/ Foto: Creative Commons

A diretora do Fed (Federal Reserve), Adriana Kugler, afirmou nesta segunda-feira (07) que a inflação deve sentir o peso da política tarifária de Donald Trump mais do que o crescimento econômico no momento.

“O que eu vejo, neste momento, é que a inflação é mais urgente em termos dos efeitos das tarifas que já estamos observando”, afirmou Kugler em uma aula ministrada na Universidade Harvard, segundo o “Valor”.

Além disso, a dirigente do Fed descreveu o dilema sobre como a autoridade deve reagir em um cenário de economia enfraquecida e inflação crescente. 

Em sua visão, os consumidores devem antecipar as compras, antes das tarifas entrarem em vigor, e isso pode estar sustentando a atividade econômica no início de 2025. Ao passo que as mudanças tarifárias já sinalizam estar pressionando a alta dos preços.

“Se mantermos os juros elevados, podemos enfraquecer a economia. Se afrouxarmos, por outro lado, podemos impulsionar ainda mais a inflação”, disse. “Portanto, precisamos ser muito cuidadosos sobre como navegamos este período.”

Fed deve segurar juros até junho após Payroll

Fed deve esperar até junho para reduzir a taxa de juros após o payroll dos EUA revelar um crescimento mais forte do que o esperado por analistas. O dado diminuiu a preocupação com o mercado de trabalho quando o presidente Donald Trump está impondo tarifas sobre todo o mundo.

As estimativas continuam a precificar em 1p.p (ponto percentual) o corte da autarquia nos juros norte-americanos até o final do ano, com espaço para mais uma redução. Investidores temem que a escalada do conflito comercial desacelere drasticamente a economia dos EUA.

Um afrouxamento do ciclo monetário é esperado com o anúncio de tarifas de 34% sobre importações americanas impostos por Pequim.

“As autoridades do Fed têm dito que estão em uma posição em que podem se dar ao luxo de serem pacientes”, escreveu Thomas Simons, economista da Jefferies. “Esses dados nos sugerem que eles continuarão a pregar a paciência.”