A presidente do Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano) de Cleveland, Loretta Mester, disse nesta sexta-feira (03) que poderá ter um aumento de 50 pontos-base (pb) na taxa básica de juros na reunião de setembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês).
Em entrevista à CNBC, ela afirmou que a decisão de setembro dependerá de dados. “Preciso de evidências robustas para ter certeza que a inflação atingiu o pico”, argumentou.
Mester, quando perguntada sobre a possibilidade de recessão da economia americana, reiterou que os riscos aumentaram, no entanto, ela ponderou que não vê um “furacão” a caminho.
Na quinta-feira (02), Loretta Mester afirmou que o risco de recessão da economia dos EUA aumentou. A declaração foi feita em evento do Philadelphia Council for Business Economics. Mester ainda enfatizou que os mercados financeiros podem permanecer muito voláteis conforme as condições financeiras se apertam ainda mais.
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Além disso, a presidente do Fed argumentou que o crescimento pode desacelerar um pouco mais do que o esperado por alguns trimestres e a taxa de desemprego pode ficar temporariamente acima das estimativas de seu nível de longo prazo.
A presidente do Fed de Cleveland afirmou também que pode ser necessário um ritmo mais rápido de aumento das taxas de juros se a inflação continuar crescendo até setembro. Por outro lado, ela disse que o ritmo pode diminuir se os índices mensais fornecerem evidências de que a inflação está desacelerando. Mester comentou que considera apropriado elevar juros em 50 pontos-base em cada uma das duas próximas reuniões.
Segundo Loretta Mester, o Fed continuará a encolher até que os saldos das reservas estejam próximos do nível que o Banco Central norte-americano julga consistente com a implementação da política monetária.
A declaração da dirigente do Fed chega num momento de declarações pessimistas de líderes de grandes bancos norte-americanos. Ainda na quinta-feira, o presidente do Goldman Sachs (GSGI34), John Waldron alertou sobre a chegada de tempos mais difíceis à frente em meio a uma série de choques que abalam a economia global. Na quarta-feira (01), o CEO do J.P. Morgan, Jamie Dimon, afirmou que um “furacão econômico” está se aproximando, provocado pela guerra entre Rússia e Ucrânia e pela reversão dos estímulos financeiros criados pelo Fed.
