Política monetária

Dirigente do Fed: juros de longo prazo vão cair menos que o esperado

Apesar das incerteza terem diminuido com a inflação, O Fed ainda levanta algumas dúvidas sobre as políticas do governo Trump

Foto: EUA/Freepik
Foto: EUA/Freepik

Tom Barkin, o presidente da distrital do Fed (Federal Reserve) de Richmond, disse nesta sexta-feira (03), durante um evento em Baltimore, que a inflação ainda não voltou à meta do Banco Central, embora as incertezas tenham sido reduzidas, sendo assim, os juros de longo prazo devem ficar acima do esperado inicialmente.

“No fim da curva de juros, parece haver mais entendimento de que os juros não vão cair tanto quando alguns pensavam”, afirmou o dirigente do Fed.

Finalizadas a eleição presidencial dos EUA e com o Fed começando a cortar os juros, as incertezas diminuem, apontou Barkin, embora ainda existam algumas dúvidas sobre as políticas a serem implementadas pelo governo Trump. 

Alguns fatores citados pelo dirigente foram as tarifas, imigração, regulação e impostos. Para Barkin, há mais chances de maior crescimento do que menor. “Vejo riscos do lado da inflação”, disse ele.

O dirigente do Fed citou o mercado de trabalho dos EUA – ainda aquecido – e os gastos dos consumidores resilientes como responsáveis por um cenário econômico mais positivo.

“Enquanto as pessoas mantiverem seus empregos e os valores dos ativos permanecerem sólidos, elas devem continuar a gastar. Com o otimismo empresarial tão alto e a oferta de mão de obra devendo parar de crescer, parece que o equilíbrio atual do mercado de trabalho têm mais probabilidade de se romper em direção à contratação do que em direção à demissão”, disse ele, segundo o “Valor”.

“Mas caso o emprego piore ou a inflação volte, o Fed tem instrumentos para responder”, prosseguiu. Segundo Barkin, os fundamentos econômicos e “talvez a geopolítica” tenha mais espaço este ano, ao invés da política monetária.

Fed deve cortar juros só uma vez até 2027, prevê Wells Fargo

Fed (Federal Reserve) deve reduzir a taxa básica de juros apenas uma vez até 2027, de acordo com previsões de relatório do Wells Fargo. Segundo a instituição, o banco deve cortar os juros em 25 pontos-base em 2025 e não vai fazer novas reduções em 2026 nem em 2027.

As perspectivas de maior crescimento econômico e possível aumento da inflação estão entre as razões para essas previsões. Segundo o relatório, a taxa básica de juros deve encerrar 2027 entre 4,00% e 4,25%.

“Com base nessas expectativas, projetamos rendimentos mais altos para as Treasuries de 10 e 30 anos até o final do período de perspectiva cíclica de três anos e uma inclinação na curva de juros, como é típico durante períodos de crescimento econômico esperado,” diz o relatório da instituição.