Taxas de juros

Dirigente do Fed: política monetária pode não ser tão restritiva

O Fed tenha mais clareza sobre a política econômica do novo governo dos EUA e o impacto na inflação em breve, disse diretora

Michelle Bowman, diretora do Fed / Foto: Reprodução/Fed
Michelle Bowman, diretora do Fed / Foto: Reprodução/Fed

Michelle Bowman, diretora do Fed (Federal Reserve), analisou que a atual postura da política monetária nos EUA pode não ser tão restritiva quanto parece. Em sua visão, o atual patamar das taxas de juros está mais próximo do que ela considera como um nível neutro, enquanto o núcleo da inflação dos EUA segue elevado, com riscos de alta, disse em evento nesta quinta-feira (9).

O corte de juros que o Fomc (Comitê de Mercado Aberto do Fed) realizou em dezembro representou o passo final do Fed para recalibrar a política monetária, disse Bowman. Ela também defendeu uma abordagem “cautelosa e gradual” para as taxas de juros.

“Continuo a ver maiores riscos para a estabilidade dos preços, especialmente quando o mercado de trabalho permanece próximo do pleno emprego”, disse a diretora do Fed, segundo o “Valor”. 

A expectativa de Bowman é que os próximos meses tragam mais clareza sobre a política econômica do novo governo dos EUA e o impacto disso na inflação.

Na avaliação da diretora, o avanço da inflação desacelerou significativamente em 2023, no entanto, o progresso parece ter estagnado no ano passado, com o núcleo da inflação permanecendo acima da meta de 2% do Fed.

O mercado de trabalho está menos aquecido em relação aos últimos anos, reconheceu a executiva, mas o crescimento dos salários continua sendo um indicativo de uma economia forte e está “acima do compatível com a nossa meta de inflação”.

Vice-presidente do Fed antecipa saída para evitar atrito com Trump

A principal autoridade reguladora do Fed (Federal Reserve) anunciou sua saída para 28 de fevereiro, buscando evitar uma possível disputa legal com o presidente eleito Donald Trump, que agora terá liberdade para nomear um sucessor alinhado ao setor financeiro.  

Michael Barr, vice-chair de supervisão do Fed, informou que deixará o cargo mais de um ano antes do fim de seu mandato original, embora continue no conselho como diretor. 

O Fed declarou que não aprovará novas regras regulatórias significativas até que um novo nome seja confirmado para o posto. 

A decisão de Barr facilita a reformulação completa da equipe regulatória pelo novo governo, já que Trump assume a presidência em 20 de janeiro e poderá avançar com uma agenda mais permissiva para o sistema bancário.