Novo impasse nas negociações da Opep+ aumenta as tensões entre os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita. A atípica disputa entre antigos aliados já obrigou a Opep a suspender as negociações duas vezes e a nova reunião ocorreu nesta segunda-feira (5).
Com o novo cenário, o mercado global tenta adivinhar quanto petróleo será produzido no próximo mês. O mercado se encontra no limbo, na mesma proporção que o petróleo segue com alta inflacionária acima de US$ 75 o barril.
O cartel avalia a política de produção do restante deste ano e também até 2022, da mesma forma, é posto “a mesa” possíveis soluções para o impasse que moldará o mercado e o setor no próximo ano. Disputa essa, que tem se tornado cada vez mais pessoal, entre os principais produtores, e veio a público no domingo, quando expuseram suas diferenças.
O governo de Riade defende que o grupo aumente a produção nos próximos meses, mas estenda o pacto até o final do próximo ano, para manter a estabilidade. O plano é apoiado pela Rússia.
O ministro de Energia da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, afirmou à Bloomberg que “a extensão coloca muitas pessoas em sua zona de conforto”. E ainda sinalizou que o governo de Abu Dhabi está isolado na Opep. “É o grupo todo contra um país, o que é triste para mim, mas essa é a realidade”.
A extensão do acordo foi rejeitada por Suhail al-Mazrouei, seu homólogo dos Emirados, que apoia, somente, um aumento no curto prazo e exige condições mais favoráveis ao país para 2022. “Os Emirados Árabes Unidos desejam um aumento incondicional da produção, que o mercado exige”, disse ele.
Com o impasse, o grupo se encontra numa posição complicada. Os aliados podem aceitar os pedidos de Abu Dhabi ou arriscar o desmanche da aliança Opep+. Segundo o Infomoney, não chegar a um acordo pressionaria o mercado que já está apertado e, consequentemente, eleva muito os preços do petróleo.