Conforme dados divulgados nesta sexta-feira (29) pela Secretaria do Tesouro Nacional, a Dívida Pública Federal do Brasil avançou 1,8% em outubro, com o estoque em R$ 7,072 trilhões, ante R$ 6,947 trilhões no mês anterior, em valores nominais.
A pasta afirmou que a variação veio por conta da emissão líquida, no valor de R$ 41,53 bilhões, e da apropriação positiva de juros, no valor de R$ 83,69 bilhões.
“Em outubro, a moderação das expectativas de cortes de juros e o cenário eleitoral nos EUA causaram forte abertura das Treasuries. Incertezas sobre a efetividade das medidas de estímulos na China impactaram emergentes. Em outubro, a curva de juros local apresentou alta mais acentuada no horizonte de política monetária”, diz o Tesouro Nacional, segundo a “CNN Brasil”.
Enquanto isso, o estoque da dívida pública mobiliária federal interna em setembro, a dívida (DPMFi) ampliou em 1,62%, ao passar de R$ 6,640 trilhões para R$ 6,747 trilhões. A causa do movimento foi a emissão líquida, no valor de R$ 42,50 bilhões, e a apropriação positiva de juros, no valor de R$ 64,84 bilhões.
Quanto ao estoque da dívida pública federal externa (DPFe), a variação foi positiva em 5,82% sobre o estoque apurado em setembro. Sendo assim, essa dívida finalizou o mês de outubro em R$ 325,22 bilhões (US$ 56,29 bilhões), sendo R$ 273,31 bilhões (US$ 47,30 bilhões) referentes à dívida mobiliária e R$ 51,91 bilhões (US$ 8,98 bilhões) relativos à dívida contratual.
A dívida pública tem impactos sobre as taxas de juros, o crescimento do País e o emprego, causando efeitos também na renda e na inflação, segundo o veículo.
Esse resultado pesa também nas decisões das agências de rating, que fazem uma classificação do quanto o país é confiável para investir.
Dívida pública bruta fica em 78,6% do PIB em outubro, diz BC
A dívida pública bruta do Brasil em outubro ficou em 78,6% do PIB (Produto Interno Bruto), superior ao valor de 78,2% do PIB em setembro, informou o BC (Banco Central) nesta sexta-feira (29).
No mês, o setor público consolidado registrou um superávit primário de R$ 36,883 bilhões. Economistas consultados em pesquisa da Reuters esperavam saldo positivo de R$ 40 bilhões.
Dado deve alcançar 80% este ano e seguir crescendo
A IFI (Instituição Fiscal Independente), órgão do Senado, chamou atenção para a dificuldade do governo no que diz respeito aos gastos públicos em seu novo Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF). Segundo o órgão, a dívida pública deve chegar a valor equivalente a 80% do PIB (Produto Interno Bruto) este ano.
Ainda de acordo com o relatório, a dívida deve continuar crescendo no curto prazo. Para a Presidência da República, a dívida terminará 2024 em 76,6% e não chegará a 80%, segundo projeção feita até 2034. É o que consta nos anexos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 (PLN 3/2024), ainda em análise pelos parlamentares.
O indicador permite comparar se a soma do que o poder público deve é compatível com a produção do país como um todo e é uma forma de medir a saúde fiscal e orçamentária da nação. Desde 2014, a dívida bruta apresenta insistente crescimento.
Em julho, segundo o BC (Banco Central), o valor da dívida era de R$ 8,8 trilhões.