A dívida bruta dos governos brasileiros atingiu R$ 8,826 trilhões em julho, representando 78,5% do PIB, conforme divulgado pelo BC (Banco Central). Isso reflete um aumento de 0,7 ponto percentual em comparação com o mês anterior.
O BC atribuiu essa elevação, em grande parte, aos juros nominais, que adicionaram 0,7 ponto percentual à dívida, e às emissões líquidas, que tiveram um impacto de 0,4 ponto percentual. Por outro lado, o crescimento nominal do PIB ajudou a atenuar a alta, reduzindo o impacto em 0,5 ponto percentual.
Dívida líquida
A dívida líquida do setor público não financeiro registrou uma queda de 0,3 ponto percentual em relação ao PIB em julho, atingindo 61,9% ou R$ 6,963 trilhões, conforme dados do Banco Central (BC).
Esse recuo, comparado a junho, foi influenciado por quatro fatores principais: a variação do PIB nominal (-0,4 p.p.), a desvalorização cambial de 1,9% no mês (-0,2 p.p.), os ajustes na dívida externa líquida (-0,2 p.p.), e o ajuste de privatização (-0,3 p.p.).
Em contrapartida, os juros nominais apropriados e o déficit primário exerceram pressão de alta, com impactos de 0,7 p.p. e 0,2 p.p., respectivamente.
Elasticidades das dívidas
O Banco Central divulgou hoje as novas elasticidades das dívidas líquida e bruta do setor público em relação a seus principais indexadores.
No caso da dívida líquida, uma valorização de 1% no câmbio provoca um aumento imediato de 0,09 ponto percentual do PIB, equivalente a R$ 9,8 bilhões.
Um aumento de 1 ponto percentual na Selic, mantido por 12 meses, resulta em um acréscimo de 0,47 ponto percentual na dívida, ou R$ 52,4 bilhões. Já um aumento de 1 ponto na inflação, também mantido por 12 meses, aumenta a dívida em 0,18 ponto percentual, ou R$ 19,8 bilhões.
Para a dívida bruta, uma valorização de 1% no câmbio reduz a dívida em 0,1 ponto percentual, ou R$ 10,7 bilhões. Um aumento de 1 ponto percentual na Selic, mantido por 12 meses, eleva a dívida em 0,43 ponto percentual, ou R$ 47,9 bilhões.
Por fim, um aumento de 1 ponto na inflação, mantido por 12 meses, adiciona 0,17 ponto percentual à dívida, ou R$ 19,5 bilhões.