Impulsionado por fatores positivos no cenário econômico, o estoque da dívida pública federal registrou um aumento de 3,07% em julho, informou o Tesouro Nacional nesta quarta-feira (28). O total foi de R$ 5,17 trilhões em maio para R$ 5,33 trilhões no encerramento do primeiro semestre.
O movimento é reflexo de maior otimismo no exterior e de cenário mais favorável no Brasil em junho, com melhora nos indicadores de atividade e de arrecadação de tributos. Para aproveitar esse momento, o Tesouro emitiu um volume mais alto de títulos, provocando crescimento do estoque da dívida.
No mês passado, houve um resgate total de R$ 4 bilhões em títulos, enquanto o volume de emissões ficou em R$ 142,1 bilhões. Com isso o saldo foi de emissão líquida de R$ 138,1 bilhões, o maior volume desde o início da pandemia, em março de 2020.
De acordo com o coordenador de operações da Dívida Pública, Roberto Lobarinhas, o resultado do mês é positivo.
“Havia um contexto favorável e o Tesouro encontrou, nesse contexto, condições para realizar um volume elevado de emissões”, disse.
Em relação ao perfil da dívida pública, houve uma ligeira piora no prazo médio de vencimento dos títulos, com um encurtamento de 3,78 anos em maio para 3,73 anos em junho. Segundo o Tesouro, a piora teria sido mais acentuada não fossem as novas emissões do mês, que tiveram prazo mais longo.
Houve melhora, no entanto, no custo médio dos papéis em junho, caindo de 7,34% ao ano para 7,18% ao ano.
Em junho, a participação de estrangeiros na dívida pública brasileira registrou queda, indo de 9,9% para 9,7%.
No mês passado, a reserva de liquidez do Tesouro para fazer frente aos próximos vencimentos e resgates de títulos ficou em R$ 1,167 trilhão, 12,6% maior do que o mês anterior.
Em relação a este mês, Lobarinhas afirmou que a volatilidade dos mercados aumentou, especialmente por conta da disseminação da variante delta do coronavírus no mundo, o que impacta negativamente as taxas de juros.