Alta dos juros futuros

Dólar alto faz empresas correrem para proteção cambial nos balanços

Houve um alívio para o dólar, que após ensaiar os R$ 5,70, agora a moeda norte-americana opera em torno de R$ 5,41

Foto: Pexels / Dólar
Foto: Pexels / Dólar

As incertezas do cenário brasileiro, com a alta do dólar e o avanço dos juros futuros, fizeram as empresas aumentarem suas posições em hedge, que são as coberturas financeiras contratadas para proteção de dívidas em moeda estrangeira, especialmente a norte-americana.

A movimentação ocorre mesmo com o preço de contratação financeira do hedge sendo mais elevado. Como pano de fundo estão a oscilação do dólar e os ruídos políticos, que geram tensão no mercado, principalmente com as falas do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seus ataques ao BC (Banco Central) e sinalizações de menor responsabilidade fiscal.

Contudo, na semana passada, os ruídos foram reduzidos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarou que o presidente Lula determinou o cumprimento do arcabouço fiscal e ainda autorizou possíveis cortes de despesas de R$ 26 bilhões.

Já em relação ao BC, a expectativa é de que Gabriel Galípolo seja indicado já em agosto para a presidência do BC — outro fator que gera estresse.

Dólar alto e proteção cambial

Mesmo com todo esse cenário, houve um alívio para o dólar, que após ensaiar os R$ 5,70, agora a moeda norte-americana opera em torno de R$ 5,41. A queda se deve, especialmente, ao fechamento dos balanços financeiros das empresas do 2º trimestre no final de junho.

Em meio ao fechamento da conta, segundo especialistas, muitas companhias procuram instituições financeiras para montar posições — na tentativa de travar o dólar em patamar menor — para minimizar o impacto das oscilações do câmbio nos balanços, o que aumenta seus custos financeiros.

A formação de posições de hedge é difícil de monitorar, considerando que algumas delas são realizadas dentro de instituições financeiras e não no “mercado aberto”.

“É impossível falar quem está comprando, mas esse fluxo acaba aparecendo nas opções, no volume de negociação e no spread (diferença entre preços) do ‘casado’. Conforme esse gráfico [acima], podemos ver que as operações foram crescendo nos strikes maiores”, disse, segundo o “InfoMoney”, João Ascoli, trader e colaborador da Investfy.

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