Marco histórico

Dólar cai abaixo de R$ 5,40 pela primeira vez em quase um ano

Investidores seguem à espera do plano de contingência do governo para empresas afetadas pela tarifa de 50% dos EUA

Investidores estrangeiros apostam em troca da renda fixa por ações no País
Dólar / Foto: Agência Brasil

O dólar à vista ampliou as perdas frente ao real nesta terça-feira, após o CPI (Índice de Preços ao Consumidor) dos EUA subir 0,2% em julho, conforme esperado pelos economistas consultados pela agência britânica de notícias, a Reuters. O resultado reforça as expectativas de corte de juros pelo Fed (Federal Reserve) na próxima reunião.

A moeda americana operava em queda de 0,85% às 12h23, a R$ 5,398 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,82%, a R$ 5,423 na venda.

Na segunda-feira (11), o dólar à vista fechou em alta de 0,18%, a R$ 5,443.

A última vez que o dólar ficou abaixo de R$ 5,40 foi em 19 de setembro de 2024, quando atingiu R$ 5,394. No fechamento, a última vez foi em 24 de junho de 2024, quando foi a R$ 5,393.

O Banco Central fará nesta sessão um leilão de até 35.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de setembro de 2025.

Cotações desta terça-feira (12):

Dólar comercial:

  • Compra: R$ 5,397
  • Venda: R$ 5,398

Dólar turismo:

  • Compra: R$ 5,451
  • Venda: R$ 5,631

O que houve com a moeda? 

O mercado de câmbio iniciou o dia com alta, acompanhando a leve valorização do dólar no exterior, mas virou para queda frente ao real após o IPCA de julho surpreender negativamente, ficando abaixo do esperado. O dólar ampliou as perdas refletindo também o CPI dos EUA mais fraco que o esperado, o que reforça a expectativa de corte de juros pelo Fed em setembro.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 0,26% em julho. De acordo com a mediana das estimativas de economistas consultados pela Reuters, a projeção era de uma taxa mensal de 0,37% em julho.

Segundo analistas, o indicador de inflação local reforça a chance de possível antecipação do início do corte da Selic para dezembro ou janeiro de 2026.

O petróleo acelerou a queda do dólar, ajudado pelo relatório mensal da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). A organização reafirmou a previsão para avanço da demanda global pela commodity em 2025, mas elevou a de 2026. 

A organização também manteve a previsão para o aumento da oferta da commodity entre os países fora da Opep em 2025, em 800 mil barris por dia (bpd), com as maiores contribuições por EUA, Brasil, Canadá e Argentina.