O dólar à vista comercial fechou registrando um novo recorde no pregão desta quarta-feira (18), com alta de 2,82%, negociado a R$ 6,2672. Essa é a quinta elevação consecutiva da divisa norte-americana.
A alta do dólar ocorre enquanto o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se apressa para aprovar medidas de ajuste fiscal e o projeto do Orçamento de 2025. O recesso legislativo começa oficialmente na segunda-feira (23); contudo, deputados e senadores devem deixar Brasília antes disso, por conta do final de semana.
Na prática, há menos de uma semana para a votação das medidas de interesse do governo, como o pacote fiscal. Ao detalhar o pacote fiscal em 28 de novembro, o impacto estimado pela equipe econômica foi de R$ 71,9 bilhões para 2025 e 2026. A projeção para os próximos seis anos é de R$ 327 bilhões.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quarta-feira que acredita que a cotação do dólar vai “se acomodar”. As informações foram obtidas pelo “Valor”.
Dólar vai a R$6,16 e BC vende US$1,2 bi em leilão extraordinário
Após a moeda norte-americana ter alta de quase 1% nesta terça (17) em comparação ao fechamento do dia anterior, BC (Banco Central) realizou um leilão extraordinário no qual foram vendidos US$1,272 bilhão, segundo o Globo.
Foram vendidos sete lotes com taxa de corte de 6,1005 para conter o avanço da divisa, mesmo esforço foi observado na última semana e na segunda-feira (16) tentando conter a escalada do dólar.
Com risco de enfraquecimento de medidas do pacote de gastos proposto pelo governo e desconfiança do BC com críticas do presidente Lula à taxa de juros, levaram a mais um momento de dúvida no gerenciamento da política fiscal. Esse cenário torna as tentativas de controle da moeda estrangeira praticamente nulas.
Reação do mercado financeiro
O Copom emitiu em nota nesta segunda-feira(16) que o mercado financeiro reagiu mal ao pacote fiscal proposto pelo governo. Com cenário inflacionário mais duro para conter o desprendimento do gasto previsto tanto pelos indicadores financeiros quanto pelas expectativas, requerem uma política mais controlada.