O dólar à vista opera nesta quarta-feira (9) em queda perante o real, estendendo as perdas da véspera, com investidores digerindo os resultados sobre a inflação brasileira, que vieram abaixo do esperado por analistas.
Na última terça-feira (8), o dólar à vista fechou o dia no vermelho, com uma variação de 1,15%, sendo negociado a R$ 5,41 na venda, após o presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, declarar que a economia norte-americana não está mais superaquecida e que o Banco Central dos EUA deve pesar os riscos em ambos os lados das perspectivas econômicas antes de tomar uma decisão sobre o afrouxamento monetário.
No discurso de Powell nesta quarta-feira, foi destacado que a instituição não está pronta para afirmar que a inflação está retomando de forma sustentável a 2%, mesmo que haja “alguma confiança nisso”.
Ao ser questionado sobre uma possível regressão da inflação à meta central de 2%, Powell declarou ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA, de acordo com o “InfoMoney”, que “Não estou pronto para dizer isso”.
A fala ocorreu mesmo com dados recentes apontando para um progresso em direção ao objetivo.
Dólar pode ter novos estresses, mas não chega a R$ 6
Apesar da volatilidade do dólar, Caio Megale, economista-chefe da XP, reforçou que a casa não acredita que a moeda chegará ao patamar de R$ 6,00.
Para o especialista, do início de 2024 até os dias atuais, as expectativas para a cotação do dólar aumentaram, especialmente com a deterioração do fiscal e as alterações nas estimativas de inflação e de juros. Contudo, isso não é suficiente para que as projeções se aproximem dos R$ 6,00.
“A nossa projeção do dólar saiu de R$ 5 para R$ 5,40, o que tem muito a ver com a condução da política econômica – tanto fiscal quanto monetária. No momento em que as variáveis chegam em dúvida, meta fiscal do arcabouço, meta de inflação, a temperatura política subiu exacerbadamente; fica a dúvida se vamos ter uma ‘atropelada política’”, disse Megale, de acordo com o “Suno”.