O dólar poderia ficar entre R$ 5,10 e R$ 5,40 em 2025 se o governo atingir a disciplina fiscal, como apontou o relatório do IIF (Instituto de Finanças Internacionais). O órgão, que representa o setor bancário mundial, prevê que o Brasil terá um fluxo de capital positivo de US$ 11 bilhões em 2025, levemente abaixo dos US$ 13 bilhões projetados para este ano.
O IIF espera que o Brasil cresça 2,5% em 2025, com um déficit em conta corrente de 2,1% do PIB. “As contas externas do Brasil permaneceram resilientes em 2024, mas refletem cada vez mais as preocupações dos investidores sobre as finanças públicas. Uma deterioração no superávit comercial levou a um déficit em conta corrente mais amplo (embora ainda moderado), em linha com a atividade robusta. Uma moderação projetada do crescimento deve conter o déficit em conta corrente e desacelerar as entradas de capital não residente em 2025.” As informações foram divulgadas pelo “Valor”.
Para a entidade, o Brasil deve experimentar, em 2025, um aumento da volatilidade nos mercados financeiros, o que afetará os fluxos de capitais. “Não prevemos uma parada repentina nos fluxos de capital, mas episódios de aumento de pressão sobre os preços dos ativos podem exigir taxas de juros mais altas e intervenção no mercado de câmbio pelo Banco Central.”
Com isso, o relatório mostra que, mesmo que o Brasil possua contas externas sólidas, incluindo altas reservas cambiais e baixa dívida pública em moeda estrangeira, “melhorar as finanças públicas será essencial para ganhar a confiança dos investidores”.
Dólar pode bater R$ 7 em cenário de dominância fiscal, diz Morgan Stanley
Na avaliação do Morgan Stanley, mesmo que o dólar venha acumulando forte valorização contra o real, ainda há espaço para mais desvalorização da moeda brasileira.
O banco norte-americano indicou que, em um ambiente de dominância fiscal – que acontece quando as contas públicas alcançam um nível em que a política monetária perde a eficácia e a alta de juros acaba alimentando a inflação – o dólar pode atingir níveis de R$ 6,70 a R$ 7,00.
“Na ausência de medidas fiscais que aliviem as preocupações com a trajetória da dívida pública, mais prêmios de risco podem ser precificados tanto no câmbio quanto nos juros”, relatou o Morgan.