O crescimento econômico dos EUA surpreendeu no segundo trimestre, com avanço de 3% na taxa anualizada do PIB (Produto Interno Bruto), segundo dados divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Departamento de Comércio.
A expectativa do mercado era de uma alta de 2,5%, conforme projeções do consenso Refinitiv.
Apesar do resultado positivo, economistas alertam que os números podem superestimar a força da economia.
Isso porque o principal motor da alta foi o comércio exterior, enquanto os gastos dos consumidores cresceram de forma moderada.
No primeiro trimestre, o PIB havia recuado 0,5%, marcando a primeira contração em três anos.
A melhora recente se deve, em parte, à queda no déficit comercial, que atingiu em junho o menor nível em quase dois anos, após ter alcançado um recorde no início do ano devido à corrida para antecipar importações antes do aumento de tarifas.
Especialistas afirmam que a política comercial protecionista do presidente Donald Trump continua distorcendo os dados econômicos, dificultando uma leitura precisa do desempenho real da economia.
A recomendação é observar as vendas finais para compradores domésticos privados, consideradas um indicador mais fiel da demanda interna.
Mesmo com anúncios recentes de acordos comerciais, cerca de 60% das importações dos EUA seguem fora de qualquer pacto tarifário.
Economistas destacam que a tarifa média efetiva do país permanece entre as mais altas desde a década de 1930.
Emprego acima do previsto
Também nesta quarta-feira, o relatório da ADP apontou a criação de 104 mil vagas no setor privado em julho, superando com folga as expectativas, que giravam em torno de 75 mil.
Os dados foram divulgados antes do relatório oficial do Departamento do Trabalho, previsto para sexta-feira (1º).
Fed deve manter juros
Em meio à divulgação dos dados, o Federal Reserve encerra hoje sua reunião de política monetária e deve manter a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,50%, ignorando a pressão da Casa Branca por um corte nos custos de empréstimo.
Apesar do crescimento acima do esperado no trimestre, analistas projetam um desempenho mais fraco da economia dos EUA na segunda metade do ano, diante da persistência das tensões comerciais e da desaceleração global.