O economista-chefe do J.P. Morgan, Bruce Kasman, afirmou que há poucas chances de uma recessão iminente nos EUA. Em entrevista feita ao canal “Bloomberg Television” nesta segunda-feira (06), o economista disse que há apenas uma desaceleração econômica.
“Não vemos uma recessão de curto prazo. Vemos uma economia global que realmente vai bem na segunda metade do ano, com os EUA desacelerando e o resto do mundo indo um pouco melhor”, disse.
Os economistas do J.P. Morgan reduziram em maio suas perspectivas de crescimento para o segundo semestre de 2022 de 3% para 2,4%, citando queda nos preços das ações, taxas de hipoteca mais altas e um dólar mais forte em relação aos parceiros comerciais.
Kasman ainda afirmou que o processo de elevação das taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) e a redução do balanço patrimonial da autoridade monetária são um fator determinante para uma recessão.
“Há uma boa chance de que eles diminuam o ritmo. Mas, em última análise, não acho que o que você vê nos preços de mercado será consistente com o Fed controlando a inflação”, ressaltou. “O Fed vai ter que fazer mais. Mas não acho que o Fed esteja pronto ou sinalizando que está disposto a fazer muito mais no curto prazo. O Fed não quer criar uma recessão agora”, finalizou.
Os comentários do economista-chefe do J.P. Morgan divergem da declaração feita por James Dimon, presidente-executivo do mesmo banco, no início de junho. De acordo com Dimon, um “furacão econômico” estaria se aproximando, provocado pela guerra entre Rússia e Ucrânia e pela reversão dos estímulos financeiros criados pelo Fed.
“Eu disse primeiro que há nuvens de tempestade, mas vou mudar o termo. É um furacão. É melhor você se preparar. O J.P. Morgan está se preparando e seremos muito conservadores com nosso balanço”, afirmou.