A inevitável deterioração dos preços de mercado somado à percepção de risco intimidam os departamentos econômicos que acreditam ser previsível juros de dois dígitos para o ano de 2022. Só de olhar o que está por vir, como o aumento da Selic em mais de 11% no próximo ano e o aperto monetário de até 150 pontos-base previsto para acontecer na próxima semana, é possivel ter noção da previa do ano que vem ao observar o cenário dos ultimos meses de 2021.
O economista-chefe do banco no Brasil, Cassiana Fernandez, e o economista Vinicius Moreira, avaliam em relatório: “O risco de piora nas perspectivas fiscais até o término do ano e o ambiente global mais desafiador ainda exigem cautela, e não descartamos um movimento ainda mais agressivo pelo Banco Central, seja antecipando o movimento com um aumento de 150 pontos-base na próxima semana ou prolongando ainda mais o ciclo em direção a uma taxa terminal mais alta no próximo ano”.
A taxa DI, uma forma de demonstrar os juros pagos por bancos quando fazem empréstimos entre si, tem apresentado em seus contratos a adição dos 150 pontos-base.
O mercado carrega um receio em comum, que via a curva de DI está bastante ansiosa diante dos acontecimentos políticos como o possível furo no teto de gastos, e o acréscimo de mais um programa para contar, o auxílio diesel.
“Inequivocadamente o cenário muda. A chance de Selic acima de 10% cresceu, a inflação (de 2022) não será mais de 3,9%, e o câmbio não será o de 5,10 reais”, afirmou o relatório, citando as atuações projeções da casa, que vê a taxa de juros terminal por ora em 9,25%.