Um famoso vídeo do canal no Youtube “Me Poupe” dá dicas sobre como economizar R$ 5 mil reais com a diminuição do uso de itens de higiene pessoal. Para o professor da ESPM e co-fundador da Méthode Consultoria, Adriano Gomes, porém, quem deseja economizar deve focar em outros pontos do orçamento doméstico.
O canal, que tem o intuito de dar conselhos sobre educação financeira, afirma que apenas com papel higiênico é possível economizar R$ 1 mil em dez anos. Para Gomes, no entanto, a economia não é considerável.
“É possível economizar com qualquer item, evitando desperdício, pesquisando o mesmo produto em lugares diferentes, eventualmente substituindo a marca do produto, sem ter a mesma qualidade. Mas é uma economia que não é substancial” , afirma Gomes.
De acordo com o professor da ESPM, economizar em higiene pessoal e manter o mesmo nível de qualidade é improvável.
“É quase impossível em economia manter a qualidade esperada a uma redução de custo substantiva. Normalmente é possível ter pequenas reduções, mas especificamente em um deles, como é neste caso, é praticamente impossível”.
No vídeo, a youtuber Nathalia Arcuri faz um cálculo da média do preço do papel higiênico no Brasil e sugere uma redução de dois para um metro de papel na hora de se limpar.
“Você pode se limpar com menos papel e ganhar cinco mil reais para viajar, investir, fazer o que quiser, ou pode continuar desse jeito e gastar mais dinheiro”, completa a dona do canal “Me Poupe”.
De acordo com a ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), o setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos fechou o ano com inflação 7 pontos percentuais abaixo do índice geral em 2021. A variação do setor foi de 3,1% enquanto o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2021 avançou 10,1%.
Economia de itens de higiene pessoal não impacta orçamento doméstico
Para Gomes, o papel higiênico tem uma influência marginal nos índices de inflação, que são mais influenciados por outros gastos das famílias, como aluguel, alimentação e transportes.
“Os índices de inflação são feitos através da pesquisa de consumo das famílias, e aí é possível ver o que as pessoas consomem mais e invariavelmente o que impacta de forma bastante significativa é aluguel, gastos com moradia, alimentação e transportes. Não me recordo de ter visto itens de higiene, muito menos papel higiênico, nos índices de inflação”, acrescenta o co-fundador da Méthode Consultoria sobre o orçamento doméstico.