O advento da internet facilitou muito o acesso à informação, muitos criadores de conteúdo passaram a divulgar informações de forma didática, dentre os temas, um dos mais debatidos é a economia. Contudo, mesmo com toda essa informação, o Brasil ainda ocupa o 74º lugar no ranking global nos níveis de educação financeira de acordo com a pesquisa S&P Ratings Services Global Financial Literacy Survey.
De acordo com o artigo “Nunca é tarde para se educar financeiramente”, escrito por Flora Damin, Partner and Investor Relations da Pandhora Investimentos, o país está atrás de nações menos favorecidas economicamente como Madagascar, Togo e Zimbabué.
Existe a crença de que os assuntos relacionados a investimentos e economia são difíceis de absorver, mesmo que esse tipo de conteúdo proporciona diversos benefícios e promovam uma base na construção de um patrimônio sólido.
Essa ideia fomenta o número reduzido de investidores em Bolsa no país. Em novembro, de acordo com dados divulgados pela B3 (Bolsa de Valores brasileira), houve um aumento de 28,7% no número de contas na depositária, ante o registrado um ano antes, a 4.125.019. Já em relação a quantidade de investidores (CPFs Individuais), a elevação foi de 29,3%, para 3.449.800.
Apesar do avanço na comparação anual, o dado ainda é inferior em relação à soma total de brasileiros, que segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) soma mais de 213 milhões.
Na comparação com outros países, o número se mostra ainda menor. No início deste ano, a Investificar publicou que cerca de 65% da população norte-americana investe na Bolsa de Valores.
“Um dos principais responsáveis pelo atual cenário brasileiro da educação financeira estar dessa forma é a falta desses conteúdos sendo aplicados nas grades curriculares das escolas com mais intensidade e de forma focada”, destacou Damin.
Contudo, a realidade em que o país se encontra, no que diz respeito à educação básica, exige que aqueles que buscam investir no mercado de capitais procurem outras fontes de conhecimento, ou até mesmo recuperem o ensino de base da matéria de exatas.
Na perspectiva da especialista: “Além de investir mais na disseminação desses materiais, para que alcancem todos os indivíduos, principalmente os menos afortunados e que poderiam se beneficiar imensamente com os ganhos do mercado, não podemos deixar que as dificuldades no meio do caminho desanimem a ponto de afastar as pessoas dessa jornada de conhecimento. Quanto mais pessoas conscientes e aptas a gerenciar suas rendas com inteligência tivermos, mais a economia do país terá possibilidades de crescer. É por esse futuro que precisamos lutar”.