‘Efeito dominó’: da China para Wall Street

Como a pressão da China em empresas do setor de tecnologia pode influenciar nas bolsas internacionais

As ações das bolsas internacionais operaram em alta na manhã desta quarta-feira (28), apesar dos mercados estarem apreensivos quanto às recentes movimentações na China, que afetaram os principais índices.

Na última sexta-feira (23), o governo de Pequim estabeleceu novas regras para frear a tutoria para lucro. Além disso, um outro movimento foi sinalizar novas medidas regulatórias para as empresas de tecnologia.

A pressão do país sobre as empresas tem sido refletida nas negociações nos Estados Unidos. Na segunda-feira (26), os EUA apresentaram recuo expressivo no início do pregão, pois além das questões com as autoridades asiáticas que afetam empresas listadas nas bolsas estadunidenses, a variante Delta, da Covid-19, também tem sido motivo de preocupação para os mercados.

Referente a tutoria, a ação tem o objetivo de aliviar a pressão financeira sobre as famílias, porém, entre as mudanças também foram levantadas medidas para impedir que as instituições captem recursos através de listagem de ações. No dia em que as novas regras foram anunciadas, os papéis de empresas do setor apresentaram uma queda significativa.

 No que diz respeito à tecnologia, o governo chinês determinou que as companhias corrigissem as práticas anticompetitivas e que ameaçavam a segurança de dados.

O Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação do país asiático, responsável por supervisionar as empresas do setor, afirmou que a nova medida visa corrigir uma série de problemas, como a perturbação da ordem do mercado e o manuseio incorreto de dados.

O noticiário político dos dois países acabou não recebendo tanta atenção por conta da temporada de resultados. Recentemente, o vice-ministro do Exterior chinês disse que os dois países “estão em um impasse, e enfrentam sérias dificuldades” (veja mais aqui).

Como é de conhecimento geral, os EUA são uma grande potência e a oscilação nas bolsas estadunidenses podem afetar os mercados emergentes, como o Brasil.

Isso ocorre porque investidores do exterior enxergam ativos da América (no que diz respeito a países menos desenvolvidos) como um só “pacote”, e a oscilação nas bolsas norte-americanas podem levar a movimentos de vendas generalizadas, o que pode vir a afetar as outras bolsas.

 

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