
Os chilenos foram às urnas neste domingo (14) para o segundo turno da eleição presidencial do Chile. Mais de 15 milhões de eleitores estão aptos a votar. A votação segue até as 18h (horário de Brasília), com expectativa de divulgação do resultado ainda hoje.
A eleição marca, além disso, o retorno do voto obrigatório, em vigor novamente após mais de uma década. Por isso, as autoridades projetam alto comparecimento.
De um lado, está Jeannette Jara, de 51 anos, candidata comunista da coalizão governista. Do outro, José Antonio Kast, de 59 anos, do Partido Republicano, representante da ultradireita chilena.
Assim, o segundo turno consolida um embate direto entre projetos antagônicos de país, refletindo a forte polarização política no Chile.
Kast chega como favorito às urnas
Segundo as últimas pesquisas, Kast lidera com 50% das intenções de voto, enquanto Jara aparece com 34%, uma vantagem de 16 pontos percentuais. No primeiro turno, porém, a diferença havia sido bem menor, de apenas três pontos.
Além disso, Kast surpreendeu ao ampliar sua base eleitoral. O candidato, que disputa a Presidência pela terceira vez, moderou o discurso nesta campanha. Ele evitou referências à ditadura de Augusto Pinochet, tema sensível no país.
Em vez disso, concentrou-se em propostas de lei e ordem, com foco em segurança pública e imigração. Analistas comparam sua retórica à de líderes conservadores como Donald Trump e Jair Bolsonaro.
Jeannette Jara tenta reação histórica
Por outro lado, Jeannette Jara entrou para a história como a primeira candidata comunista à Presidência desde a redemocratização do Chile. Criada em um bairro operário de Santiago, ela construiu carreira política ligada a pautas sociais.
Durante o governo de Gabriel Boric, Jara comandou o Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Nesse período, liderou reformas trabalhistas e previdenciárias consideradas estruturais.
Agora, sua campanha promete aprofundar reformas sociais, reforçar a segurança pública sem militarização e ampliar o combate ao crime organizado e ao narcotráfico. Ainda assim, a candidata enfrenta dificuldades para reduzir a desvantagem nas pesquisas.
Congresso dividido limita agenda do próximo governo
Independentemente do vencedor, o próximo presidente chileno terá um desafio relevante. O país conta com um Congresso fragmentado, o que tende a dificultar a aprovação de propostas mais radicais.
Portanto, o novo governo precisará priorizar negociação política e construção de consensos para avançar sua agenda econômica e social.
As autoridades eleitorais devem divulgar boletins parciais logo após o encerramento da votação. A expectativa é que o resultado final seja conhecido ainda na noite deste domingo.