Em ata, Copom prevê novo aumento da Selic

Comitê justifica aumento por entender que esse ritmo de ajuste é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para as metas no “horizonte relevante”

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), divulgou na manhã desta quarta-feira (3) a ata da última reunião, quando elevou a Selic de 6,25% para 7,75% ao ano (veja mais aqui), subindo em 1,5 ponto percentual, por entender que esse ritmo de ajuste é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para as metas no “horizonte relevante”.

Conforme a ata, o Comitê prevê para a próxima reunião outro ajuste da taxa básica de juros na mesma proporção do último. O Copom ressalta ainda que os passos seguintes da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta da inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o futuro da política monetária. 

O BC manteve a expectativa de uma retomada da atividade econômica no segundo semestre de 2021, mesmo que com uma menor intensidade e mais concentrada no setor de serviços, um dos mais atingidos pela pandemia de Covid-19, que segundo a instituição, continua em trajetória de recuperação robusta.

Para 2022, o Copom avalia que o crescimento tende a ser beneficiado pela continuação da recuperação do mercado de trabalho e do setor de serviços, desempenho de setores menos ligados ao ciclo de negócios e os vestígios do processo de normalização da economia diante da desaceleração da crise sanitária. 

Em relação aos riscos em torno do cenário básico para a inflação, o Comitê avalia que recentes questionamentos em relação à estrutura fiscal elevaram a ameaça de desancoragem das expectativas de inflação, elevando o desequilíbrio do índice no balanço de riscos. Esse fator, segundo o documento, implica na maior probabilidade de trajetórias para inflação acima do projetado de acordo com o cenário básico. 

Na ata, o Copom relatou também ter avaliado cenários com ritmos de ajuste maiores do que 1,5 ponto percentual. “Prevaleceu, no entanto, a visão de que trajetórias de aperto da política monetária com passos de 1,50 ponto percentual, considerando taxas terminais diferentes, são consistentes, neste momento, com a convergência da inflação para a meta em 2022, mesmo considerando a atual assimetria no balanço de riscos”, explicou o BC.

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