Com o olhar atento ao aumento da demanda por commodities, em um movimento que deve ser impulsionado nos próximos anos por uma agenda mais verde e por políticas públicas de apoio financeiro implementadas na pandemia, gestores estão otimistas com um novo superciclo de commodities, que não seria pontual como o movimento visto neste momento.
De olho nas oportunidades, as preferências de gestores como Sylvio Castro, CIO da Grimper Capital, e Marcio Fontes, da ASA Investments, recaem sobre empresas produtoras e investimentos diretos em commodities agrícolas, cobre e crédito de carbono.
Ambos participaram na quinta-feira (26) de painel da Expert XP sobre commodities juntamente com Tony Volpon, estrategista-chefe da Wealth High Governance (WHG) e ex-diretor do Banco Central.
“As empresas continuam representando uma boa oportunidade para carregar, assim como a própria compra de commodities, como cobre e petróleo”, afirmou Fontes.
O gestor recomendou, contudo, cautela e ressaltou que o investidor não pode ir “com muita fome” ao buscar o setor. “Há miniciclos que podem te jogar pra fora, caso o investidor vá com muita fome. Tem que ficar atento ao timing por causa das oscilações.”
Castro contou que estava com posições compradas (que apostam na alta de preços) em crédito de carbono, cobre e em empresas atreladas a commodities agrícolas, sem mencionar nomes. E também fez um alerta a quem deseja entrar no mercado.
“Quando olhamos as empresas produtoras de commodities, temos a impressão que elas negociam a múltiplos baratos, mas é difícil ter certeza se o múltiplo vai mudar, porque a produção envolve poluição e o mundo deve pagar menos prêmio por isso”, afirmou.
Outro ponto de atenção, segundo o CIO da Grimper Capital, é que essas companhias são conhecidas como cíclicas e podem ter movimentos muito bruscos de acordo com o crescimento ou o recuo das economias. Por isso, ele recomenda ao investidor balancear adequadamente o tamanho da posição para enfrentar eventuais riscos.