Empresários mineiros lançam manifesto em reação à Fiemg e defendem democracia

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Empresários de Minas Gerais divulgaram nesta quarta-feira (1º) um manifesto em defesa da democracia, após a Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) soltar documento com críticas ao Judiciário.
O STF (Supremo Tribunal Federal) é alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que vem fazendo ataques ao sistema democrático e convoca militantes para ato em 7 de setembro.
A ACMinas (Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais) publicou nesta quarta o “2º Manifesto dos Mineiros ao Povo Brasileiro”, defendendo a democracia e reformas estruturais no país.
Antes, a Fiemg divulgou o “Manifesto pela liberdade”, com críticas ao Judiciário e defesa do direito à livre manifestação. “Nas últimas semanas, assistimos a uma sequência de posicionamentos do Poder Judiciário, que acabam por tangenciar, de forma perigosa, o cerceamento à liberdade de expressão no país”, diz a carta das indústrias de Minas Gerais.
O texto já vinha sendo elaborado há seis meses e estava previsto para ser oficialmente divulgado no próximo dia 7 de setembro. “Ele foi antecipado porque o Brasil está derretendo”, diz o presidente da associação, José Anchieta da Silva, em referência à deterioração que enxerga no quadro institucional e político do país nas últimas semanas.
O manifesto tem até aqui a assinatura de 226 empresários e figuras do meio acadêmico. Entre elas, estão nomes do setor como Salim Mattar, ex-secretário de Desestatização e Privatização do Ministério da Economia, Modesto Carvalho de Araújo Neto e Cledorvino Belini, entre outros. O documento se inspirou no “Manifesto dos mineiros”, divulgado em outubro de 1943, que se colocou na ocasião contra o então governo de Getúlio Vargas.
O presidente da ACMinas diz que o manifesto, além de fazer a defesa da democracia em meio aos discursos antidemocráticos de Bolsonaro, destaca a importância de uma reforma ampla e irrestrita nas estruturas políticas do país.
“O Estado brasileiro foi capturado por uma minoria que se autoprivilegia, e a sociedade que paga a conta não aguenta mais”, afirma Anchieta da Silva.
Já o texto da Fiemg faz menção a investigações de sites acusados em inquéritos contra as fake news e diz que “impor sanções sem o devido processo legal, contraditório e ampla defesa é uma precipitação, além de inequívoca afronta à Constituição Federal”.