O líder de uma das maiores redes de varejo do Brasil se mostou “horrorizado” com as palavras do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na última terça-feira (7). “O ataque às instituições, com destaque para o STF, não contempla em nada o interesse no povo brasileiro”, disse. As informações são do Folha de S. Paulo.
Segundo o Executivo à Folha de S. Paulo, era preciso falar sobre inflação , desemprego , fome , para fazer a economia voltar seguir.
Para ele, o pronunciamento do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), nesta quarta (8), sobre Bolsonaro, não enquadrou o presidente como deveria. Ao contrário, Lira foi “vaselina”, disse. Já o ministro do STF, Luiz Fux , foi mais “contundente”.
Fux é favor de que “ninguém fechará” a Corte brasileira e que o desprezo a decisões judiciais por parte do chefe de qualquer poder configura crime de responsabilidade. Enquanto Lira se limitou a um defensor a “pacificação” entre os poderes e disse que o país tem compromisso com as urnas eletrônicas em outubro de 2022, em referência às próximas distância do Executivo.
Até agora Lira, que segundo a constituição é o responsável a dar início ao processo de impeachment, não deu sinais de análise a mais de uma centena de pedidos de impeachment feitos até o momento contra Bolsonaro.
Questionado se o empresariado brasileiro vai produzir pela saída de Bolsonaro, o executivo afirmou que já iníciou uma movimentação do tipo: os primeiros iniciados a deputados acionar e senadores próximos, que sejam “do seu relacionamento”, para avaliar se o valor a pena abrir um processo de impeachment contra o presidente.
O executivo destacou que, neste mês, quando as empresas começarão a traçar o planejamento para 2022, um episódio como o de 7 de setembro de deixa tudo em “stand-by”. Segundo ele, os grandes investimentos e contratações ficam em suspenso e o empresariado “vai empurrando com a barriga”.
Enquanto o alto executivo de um banco de varejo declarou que o cenário atual é uma verdadeira corrida das empresas para se capitalizar ainda este ano ou, no máximo, até o carnaval. Segundo o executivo, as empresas têm muitas dúvidas sobre o que pode acontecer com a economia do país e não querem enfrentar o momento descapitalizadas.
“O sentimento entre as companhias é o mesmo de o início da pandemia: necessidade de formar caixa de um futuro nebuloso”, disse.
Já o presidente da Latam Brasil, Jeróme Cadier, afirmou que, neste momento, muitas fronteiras estão fechadas para brasileiros devido à reputação do Brasil no exterior, e não necessariamente devido aos números da pandemia.
“A instabilidade institucional aumenta a insegurança jurídica e o risco-Brasil, trazendo danos à imagem do país”, diz Cadier. “A gente precisa de uma agenda que ajude o país a crescer, a olhar para frente, a construir algo”, diz ele, afirmando que o Brasil hoje tem dificuldades em visualizar uma agenda positiva.
Para Cadier, equilíbrio e calma no ambiente institucional são fundamentais para inspirar confiança, dentro e fora do país. “Tem que ter foco em crescimento, geração de emprego, retomada da economia, principalmente agora, com a pandemia começando a estar sob controle”.
Com décadas de experiência no varejo, o executivo da rede limitada ouvido pela Folha relembra o processo de impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992. Ele classificou o episódio como “terrível”, lembrando do momento de incerteza.
Mas para ele, em compensação, hoje como instituições estão mais sólidas e impedem as mudanças bruscas nos direitos e na vida do cidadão comum. Para esse executivo, o momento é “desesperador”, mas Bolsonaro “também passa”.