Economia

Endividamento das famílias brasileiras cai, aponta BC

Anteriormente, em setembro foi 47,7% em dívidas

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro apresentou queda em outubro ao registrar o patamar de 47,6% ao fim do mês, segundo divulgação do Banco Central (BC) na manhã desta quinta-feira (4). Anteriormente, em setembro foi 47,7% em dívidas.

O atual nível de dívidas vem se recuperando do recorde da série histórica do Banco Central, que ocorreu em julho de 2022, quando atingiu a casa dos 50,1%.

Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 30,2% no décimo mês de 2023, mesma taxa de setembro. Outubro foi o quarto mês de operação do programa federal de renegociação de dívidas Desenrola.

Somente levando em consideração a primeira parte da operação houve a possibilidade de negociação de dívidas bancárias de consumidores que ganham até R$ 20 mil mensais, sem garantia do Tesouro Nacional. Para os que possuíam dívidas de até  R$ 100 nos bancos foi “desnegativado” automaticamente, sem o perdão dos compromissos.

Endividamento atinge 76,6% das famílias brasileiras, mostra CNC

Mesmo levando em consideração as quedas nos endividamentos, a parcela de pessoas com pendências com o sistema financeiro pode ser considerada alta. O endividamento ainda alcança cerca de 76,6% das famílias brasileiras, que têm dívidas a vencer em cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e da casa. 

O percentual referente ao mês de novembro representa um recuo de 0,5% no número de endividados, em relação ao mês anterior. Os dados fazem parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta segunda-feira (4), pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, atrela os resultados às melhorias nos marcadores econômicos do país. “O progresso do mercado de trabalho, mesmo em menor escala, com a maior contratação esperada neste período de fim de ano, vem favorecendo os orçamentos domésticos, indicando que menos pessoas estão recorrendo ao crédito, pois estão conseguindo arcar com as dívidas correntes”, disse.

Gênero

O recorte de gênero entre as pessoas mais endividadas se diferencia entre as mulheres o recuo foi mais expressivo, de 3,4 p.p. No entanto, o estudo destaca que a proporção de consumidores endividados em 1 ano tenha reduzido nos dois grupos de gênero.

Ao todo, as mulheres endividadas apresentam tendência de queda na comparação ao mês de outubro. Por outro lado, em uma curta diferença, o endividamento entre os homens teve pequeno aumento, de 0,4 p.p.. As mulheres são também as que mais relataram dificuldades de quitar todas as dívidas em dia. Elas alcançaram 30,1%, enquanto os homens chegaram a 28%.