Os principais reservatórios de usinas de energia hidrelétricas do Brasil, que estao localizados no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, devem encerrar o mês de outubro com 39,9% da capacidade, conforme estimativa do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) divulgada nesta sexta-feira (27), em sua primeira previsão para o próximo mês.
Ao longo do período o armazenamento das hidrelétricas da região deverá cair quase 7 pontos percentuais, apontou o ONS. O país enfrenta uma seca severa e previsões de que as chuvas só terão consistência a partir da segunda metade de outubro.
As afluências devem ficar abaixo da média histórica em todos os subsistemas do País em outubro, de acordo com o cenário ilustrado pelo ONS, com estimativas de 43% da média no Sudeste/Centro-Oeste, 86% no Sul, 33% no Nordeste e 38% no Norte.
A pexpectativa do Operador é que a carga nacional de energia elétrica tenha um crescimento de 4,7% em relação a outubro de 2023, para pouco mais de 82 mil megawatts médios, de acordo com o “InfoMoney”.
Energia: Brasil e EUA se complementam na corrida global
O Brasil e os EUA podem liderar a corrida global de transição energética em um cenário de geração de empregos e investimentos em áreas como biocombustíveis e fontes de energia eólica e solar — nas quais os dois países estão bem posicionados.
Dados da IEA (Agência Internacional de Energia) apontam que os EUA lideram a produção mundial de biocombustíveis. Em um nível igualmente notável, o Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo. Em agosto de 2024, o Fórum Econômico Mundial divulgou que o Brasil ocupa o 1º lugar na América Latina entre os países mais bem preparados para a transição energética.
“O Brasil, com sua matriz energética baseada em fontes renováveis, especialmente hidrelétrica e eólica, tem uma vantagem sustentável no setor. Por outro lado, os EUA, além de investir em renováveis, também têm uma forte presença no setor de gás natural e petróleo”, comentou Alexandre Nunes, mestre em tecnologia nuclear com foco em energia solar.
“Nesse cenário global, há mais espaço para as empresas se complementarem do que competirem”, completou o especialista da Valor Investimentos, Virgílio Lage.
Assim, especialistas apontam que, em um cenário hipotético, o Brasil poderia fornecer tecnologias de gestão de recursos hídricos e energias renováveis, enquanto os EUA poderiam liderar com inovações em redes inteligentes e tecnologia de armazenamento de energia.