O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, indicou nesta terça-feira, 8, que o retorno do horário de verão pode ser evitado neste ano, dependendo da avaliação técnica dos níveis do reservatório de energia no País. A definição sobre o impasse deve ocorrer até a semana que vem, disse Silveira.
“Estou levando a decisão sobre o horário de verão ao limite para ver se pode ser evitado neste ano”, declarou o ministro, em conversa com jornalistas.
“Se o horário de verão for imprescindível, teremos a coragem necessária”, acrescentou Silveira.
Anteriormente, o chefe de Minas e Energia havia declarado a possibilidade de retomada do horário de verão para novembro deste ano, após as eleições.
O CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) fará uma nova reunião na quarta-feira (9) para retomar a discussão sobre as medidas que vão fazer frente à seca e o impacto nos reservatórios, segundo o “InfoMoney”.
Considerando o suprimento de energia, o horário de verão tende a reduzir a demanda em horário de pico, diminuindo assim a necessidade do despacho adicional de térmicas no início da noite, quando há a falta das fontes intermitentes (energia solar e eólica) no período.
Energia: preços no mercado livre brasileiro sobem mais de 90%
Os preços de contratos de energia no mercado livre brasileiro registraram forte avanço no mês de setembro. Eles chegaram a subir mais de 90% em relação ao fechamento de agosto, segundo dados do BBCE (Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia), conforme apuração da “Reuters”.
Isto por conta da combinação da seca no Brasil com um aumento da carga de energia elétrica.
Nos últimos meses, o tading de energa elétrica se intensificou devido às incertezas quanto à hidrologia na transição para o período chuvoso no País. O fator contribuiu para que o volume financeiro das negociações alcançasse nível recorde no ano, a R$ 72,2 bilhões no acumulado de janeiro a setembro.
No mês de setembro, a plataforma da BBCE, que é líder nas negociações de contratos de energia no país, encerrou com 41,9 mil gigawatts-hora (GWh) transacionados.
O número representa um aumento de 65,4% frente ao mesmo mês de 2023, pois no período em questão o mercado estava “parado” devido ao cenário hidrológico mais favorável, com preços próximos ao piso no mercado de curto prazo e baixa volatilidade, segundo a “Reuters”.
Um exemplo de forte avanço foi no preço do contrato de energia convencional com entrega no submercado Sudeste/Centro-Oeste para os meses de outubro a dezembro, que cresceu 93,6%. Sendo assim, o produto saiu de uma média de preços de R$ 229,91 por megawatt-hora (MWh) ao final de agosto para R$ 445 MWh no fechamento de setembro.