O Bitcoin passou a ser moeda oficial de El Salvador, uma pequena nação da América Central, e isso acabou chamando bastante atenção, tanto de forma negativa como positiva.
A economia do país é muito dependente, considerando que ele não possui uma moeda própria. Em 2001, El Salvador optou por adotar o dólar como moeda oficial, e agora o Bitcoin também é.
A iniciativa foi de Nayib Bukele, presidente do país, que acredita que “Isso vai melhorar a vida e o futuro de milhões”. “No curto prazo, isso gerará emprego e ajudará a proporcionar inclusão financeira a milhares de pessoas fora da economia formal”, afirma ele.
Porém, para o economista César Villalona “é uma situação complicada porque isso pode levar a muitos ataques especulativos que afetam as pessoas, criando um caos no sistema monetário em que poupanças, pensões, salários podem perder ou aumentar de valor (…) Não se sabe, porque é um mundo de especulação”.
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Contudo, de acordo com o governo de El Salvador, para que a população não sofra com os riscos da inflação do ativo, foi criado um fundo com US$ 150 milhões para trocar os dólares dos cidadãos que desejarem.
Bukele afirma no Twitter que “eles [os empresários] têm que aceitar o Bitcoin [como moeda de pagamento], mas não o risco. Eles vão passar esse risco para o governo (…) que pode tornar isso em um lucro ou uma perda [dependendo da flutuação do Bitcoin]. Esse fundo vai ser sustentado por algumas perdas e alguns ganhos (…) mas não importa, porque o objetivo deste fundo não é ganhar dinheiro”.
Apesar dos intemperes, de acordo com Flávio Carneiro, do Rapadura tech, o Bitcoin como moeda oficial do país pode trazer benefícios, como a economia de comissões dos intermediários nas remessas vindas do exterior, que, segundo o presidente do país, é de 30%.
Outro ponto de destaque é que 70% da população não possui conta bancária e conquistam seu dinheiro de forma informal, sendo assim, a criptomoeda melhoraria a inclusão financeira. “É uma grande mudança para o país e é uma grande oportunidade (…). Vai promover o desenvolvimento econômico, a geração de empregos… (…). Isso vai ser bom para as pessoas, para os investidores, para os inovadores”, afirma o presidente.
