Entenda porque gasolina acumula alta de 27% nos preços

Os reajustes do primeiro semestre chegaram a ficar 4,7% acima do IPCA

Após a quarta semana seguida com alta, os preços da gasolina já acumulam reajustes de 27,5% no primeiro semestre deste ano, segundo IPCA. A taxa chega a ficar acima da inflação durante esse período, sendo 4,76% maior.

Para calcular o preço do combustível é preciso discutir através de quatro etapas: oferta e preço da produção de petróleo, o custo do etanol, a margem de lucro dos distribuidores e as alíquotas do ICMS.

Oferta e preço do petróleo

O barril de petróleo está supervalorizado, porque quando a pandemia começou, os países que mais exportam petróleo reduziram a produção. Não tinha demanda. E, na época, diminuir a oferta foi um jeito de não deixar o preço do barril cair muito. 

Agora, com as atividades voltando, a procura aumentou, mas a produção não. O que tem para comprar fica mais caro. Para gente, ainda mais, já que a cotação é em dólar

“O momento em que a gente vive, a conjuntura econômica brasileira, fizeram com que a gente tivesse uma taxa de câmbio que subisse demais nos últimos tempos. Hoje, a gente tem um real muito desvalorizado frente ao dólar. Mas quando a gente converte esse valor do barril de petróleo para o poder de compra do brasileiro é muito caro porque o real está comprando muito menos dólar do que antes”, explica Juliana Inhasz, professora de economia do Insper..

Custo do Etanol

Na formação do preço da gasolina tem, também, o custo do etanol, que obrigatoriamente precisa ser adicionado à gasolina. O etanol também está em alta porque os produtores têm preferido usar a cana para fazer açúcar, que está valendo muito lá fora.

Margem de Lucro dos Distribuidores 

Na conta, ainda entram os custos e as margens de lucro de distribuidores e revendedores, e os impostos: federais e o ICMS, que é estadual.

Alíquotas do ICMS

As alíquotas do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias (ICMS) que variam de um estado para o outro, não mudaram. Só que elas são cobradas em cima da expectativa de preço na bomba. Assim, quando a Petrobras anuncia um aumento na refinaria, por exemplo, essa expectativa sobe e o imposto também. Mas os especialistas dizem que reduzir a alíquota não acaba com a escalada de preços.