Mais R$ 17 bi nas contas

Eólicas em alto-mar deixam ‘rastro sujo’ e pressionam conta de luz

A iniciativa tem como objetivo aproveitar o potencial dos ventos no mar para geração de energia eólica

Foto: Divulgação/ Ocean Winds
Foto: Divulgação/ Ocean Winds

A aprovação do PL (Projeto de Lei) 576/2021 pelo Senado Federal, que estabelece o marco regulatório para a exploração de energia eólica em alto-mar (offshore) no Brasil, tem sido interpretada como um “balde de água fria” para o setor elétrico. Isso porque o projeto desfaz grande parte do esforço para reduzir as tarifas dos consumidores e adiciona R$ 17,5 bilhões por ano à conta de luz dos brasileiros até 2050.

A iniciativa tem como objetivo aproveitar o potencial dos ventos no mar para geração de energia eólica. Contudo, o texto original foi descaracterizado ao passar pela Câmara dos Deputados, onde recebeu os chamados “jabutis” — dispositivos alheios ao tema principal que desviam o foco do projeto.

Essas mudanças podem resultar em um aumento de até 7,5% nas contas de luz, conforme apontam cálculos da consultoria PSR.

Embora o projeto integre a chamada “agenda verde” do setor elétrico, ele carrega o potencial de deixar um “rastro sujo”, podendo ampliar em 25% as emissões de gases de efeito estufa. Entre os itens incorporados, destacam-se a prorrogação de contratos de usinas termelétricas a carvão até 2050, a obrigatoriedade de contratação de térmicas a gás com baixa flexibilidade e pequenas centrais hidrelétricas. Segundo o Valor, outro ponto que chamou a atenção foi a prorrogação de prazos para geração distribuída com subsídios.

CCR fecha primeiro acordo para autoprodução de energia eólica

CCR (CCRO3) deu início ao seu primeiro projeto para autoprodução de energia eólica, como parte de uma estratégia para reduzir custos em rodovias e aeroportos. A companhia fechou acordo com a Neoenergia (NEOE3) para se tornar sócia minoritária em três usinas no Piauí.

A Neoenergia vai verder para a CCR 2,84% da Otis 2, 6,75% da Otis 4 e 5,25% da Oitis 6, segundo o “Brazil Journal”. As usinas vão suprir 60% da demanda da companhia, contribuindo para uma redução de 20% nos custos com energia prometida pela empresa no CCR Day.

A decisão também ajuda a cumprir a meta da empresa de ter 100% de seu abastecimento proveniente de fontes renováveis até 2025. A maior parte do consumo de energia da CCR (90%) vem da operações de trem.

A companhia é a sétima maior operadora de trem do mundo. Ela opera duas linhas de metrô e dois trens urbanos em São Paulo; o VLT da cidade do Rio de Janeiro; e o metrô de Salvador. Segundo a CCR, a compra das usinas ajuda a reduzir o risco de oscilação de preços no mercado livre de energia.