Em evento online promovido pelo Santander na noite de segunda-feira (12), o Diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra Fernandes, falou sobre a política monetária do Brasil e as perspectivas para a reabertura da economia. “Esse é o momento mais difícil de condução da política monetária”. O diretor ainda mencionou que o Brasil está seguindo em direção ao período pós-pandemia. “Ainda não estamos no pós-pandemia, mas estamos caminhando para ele e vamos ver como é que a economia vai se equilibrar”.
O Brasil registrou 18.824 casos de covid-19 nas últimas 24 horas da véspera, sendo essa a menor marca desde janeiro.
Serra acredita que a forte retomada da economia pode ser perigosa, por conta de possíveis saltos ou baixas expressivas nos indicadores econômicos do país. “A gente vê uma pressão de custo e vê uma abertura da economia com atividade robusta no curto prazo, ou seja, é um momento perigoso porque a gente corre risco de em alguns meses ter o setor de serviço abrindo, e aí você tem uma pressão ali, alguma recomposição de preço, difícil precisar [ser específico] em que medida, pode ser que os preços tenham caído mais, dado ao hiato do mercado de trabalho, e o hiato do setor de serviços em particular, e ele tenha dificuldade de subir, ou pode ser que não, pode ser que ele tenha uma composição de preços mais robusta”, afirma.
O Indicador Antecedente de Emprego (Iaemp), que busca antecipar as tendências de mercado dos próximos meses, avançou 4,2 pontos em junho, se comparado ao mês anterior. Sendo que o principal responsável pela elevação foi o setor de serviços, que teve alta de 8,1 pontos.
Para a autoridade monetária, o setor de bens deve demorar para recuar por conta de pressões de custos, que segundo ele “ainda estão latentes”. Contudo, Serra reconhece que as margens, no que diz respeito ao varejo e a indústria, estão altas. “Os dados das empresas na Bolsa mostram que as margens estão bastante elevadas”, afirma.
“Eu acho que a renda disponível não vai dar saltos, ela deu salto na pandemia, para baixo e depois para cima, com o Auxílio Emergencial aqui, e com estímulos no mundo todo, mas eu acho que daqui para frente dificilmente ela vai dar salto adicionais” Declarou Serra.
No primeiro trimestre deste ano o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,2%, retornando ao patamar pré-pandemia, chegando a R$ 2,048 trilhões.