O déficit comercial dos EUA atingiu US$ 131,4 bilhões em janeiro, o que representa uma alta de 34,0% em relação ao mês anterior, com US$ 98,1 bilhões, e um recorde histórico, segundo informações do Departamento de Comércio publicadas nesta quinta-feira (6).
Contribuíram para o déficit as antecipações de importações com o objetivo de evitar possíveis tarifas. A variação percentual foi a maior desde março de 2015 e o valor total superou as expectativas de analistas consultados pela “Reuters”, que esperavam uma alta para US$ 127,4 bilhões.
Nesta semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas de 25% sobre as importações do México e Canadá, além de aumentar taxas à China para 20%.
As importações do país norte-americano aumentaram 10%, para US$ 401,2 bilhões. Isto representa a maior alta desde julho de 2020.
Importações e exportações dos EUA por categoria
As importações de bens cresceram 12,3%, chegando a um recorde de US$ 329,5 bilhões, impulsionadas por uma alta de US$ 23,1 bilhões nas compras de suprimentos e materiais industriais, especialmente formas metálicas acabadas. Enquanto isso, as importações de bens de consumo aumentaram US$ 6,0 bilhões.
Os destaques nessa categoria foram as preparações farmacêuticas, celulares e outros produtos domésticos.
Por sua vez, as importações de bens de capital aumentaram US$ 4,6 bilhões com altas para os computadores, acessórios de informática e equipamentos de telecomunicações.
Enquanto isso, as exportações cresceram 1,2%, alcançando US$ 269,8 bilhões. As exportações de bens cresceram 1,6%, com US$ 172,8 bilhões, impulsionadas por uma alta de US$ 4,2 bilhões em bens de capital, com destaque para aeronaves civis, semicondutores, computadores e motores de aeronaves civis.
Para bens de consumo, os embarques cresceram US$ 1,7 bilhão, impulsionados por preparações farmacêuticas e joias.
Mesmo com o déficit comercial e a queda nos gastos do consumidor aumentando o risco de um recuo do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA no primeiro trimestre, alguns economistas consultados pela “Reuters” preveem crescimento moderado no período.