O otimismo prevalece entre CFOs (diretores financeiros) de empresas norte-americanas quanto à economia dos EUA, mesmo diante de incertezas relacionadas às eleições presidenciais no país. Foi o que indicou uma pesquisa realizada pela Fuqua School of Business, da Duke University, em parceria com as unidades do Fed (Federal Reserve) de Richmond e Atlanta.
Cerca de 450 executivos financeiros participaram do estudo, encerrado em 6 de setembro, e relataram pouca mudança no otimismo sobre a economia ou suas próprias perspectivas empresariais.
O momento da pesquisa antecedeu a reunião realizada pelo Fed em 18 de setembro, quando a autoridade monetária reduziu os juros dos EUA em 50 pontos-base.
“Apesar da incerteza na economia, as empresas ainda esperam um pouso suave”, disse, em nota, Sonya Ravindranath Waddell, vice-presidente e economista do Fed de Richmond, segundo o “E-Investidor”.
“Pouso suave” seria reduzir a inflação com o menor custo possível para a atividade econômica e o emprego.
Waddell também acredita que os CFOs esperam ver crescimento nos empregos e receitas de suas empresas ao longo do ano, isto enquanto as companhias seguem investindo na infraestrutura de que precisam não apenas para continuar as operações, mas para aumentar a capacidade de produção e oferecer novos produtos.
Diante desse cenário positivo, as expectativas de elevação de preços continuam a cair para um território mais normal.
No entanto, mesmo que o quadro geral seja otimista, cerca de 30% dos CFOs consultados na pesquisa relataram ter adiado, reduzido ou cancelado planos de investimento de suas empresas, por conta das incertezas sobre as próximas eleições presidenciais dos EUA.
Na corrida à Casa Branca, que será decidida em novembro, disputam o ex-presidente Donald Trump (Republicano) e Kamala Harris (Democrata). Além do clima político, os entrevistados citaram como outras preocupações a saúde geral da economia e a demanda futura.
CPI dos EUA sobe 0,2% em setembro, acima do esperado
O CPI (índice de preços ao consumidor) dos EUA subiu 0,2% em setembro, mesma variação observada em agosto, indicou o Departamento do Trabalho norteamericano nesta quinta-feira (10). Em 12 meses, a inflação voltou a desacelerar, de 2,5% para 2,4%.
O dado de agosto veio acima das expectativas do consenso LSEG de analistas, que projetava variação de +0,1% na leitura mensal. Em relação à projeção para a inflação anual, o resultado também ficou acima do esperado (2,3%), sendo a menor variação desde fevereiro de 2021.
O núcleo da inflação, que desconsidera as variações de preços de alimentos e energia, teve alta mensal de 0,3% em setembro, a mesma de agosto. O avanço anual nessa leitura foi de 3,3%, ante 3,2% no mês anterior.